Silveira explicou à agência Efe que o gasóleo russo tem preços "extremamente competitivos" desde o início do ano, mas garantiu que "há pouco mais de um mês esse ciclo tem vindo a diminuir."
"Isso não tem absolutamente nada a ver com relações diplomáticas internacionais. Tem a ver com mercado interno", garantiu Silveira, que está em Nova Iorque para apresentar os projetos de transição energética do governo brasileiro à Organização das Nações Unidas (ONU) e a investidores internacionais.
As importações brasileiras de combustíveis provenientes da Rússia aumentaram 370% entre janeiro e agosto, em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 2,6 mil milhões de dólares nestes oito meses, segundo estatísticas oficiais brasileiras.
Este forte aumento colocou a Rússia como o segundo fornecedor de combustíveis do Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos, país do qual, no mesmo período, as suas compras de combustíveis tiveram uma redução de 61%, para 3,4 mil milhões de dólares.
O Governo do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, mantém uma posição neutra na guerra na Ucrânia e tem defendido nos fóruns internacionais a cessação imediata das hostilidades e a procura de uma solução pacífica negociada entre Kiev e Moscovo.
Silveira atribuiu os elevados preços dos combustíveis no mercado brasileiro às políticas "irresponsáveis" do ex-Presidente Jair Bolsonaro de "desmantelar" as refinarias que estavam em construção no país.
Nesse sentido, garantiu que de Governo Lula da Silva está a trabalhar para retomar estas obras, com o objetivo de aumentar a produção interna de combustíveis e alcançar a autossuficiência em gasóleo e gasolina.
O Brasil é um país produtor e exportador de petróleo bruto, mas devido à sua baixa capacidade de refinação é forçado a importar derivados para responder à procura interna.
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