"Os preços de retalho do milho produzido localmente registaram aumentos que chegaram a 10% durante o período pós-colheita, entre outubro de 2022 e fevereiro de 2023, refletindo uma forte procura", lê-se no último relatório sobre o país do Sistema Mundial de Informação e Alerta Precoce sobre Alimentação e Agricultura (GIEWS, sigla inglesa), consultado hoje pela Lusa.
Posteriormente, "os preços do milho seguiram tendências mistas, entre março e agosto, altura em que ficaram perto do nível mais elevado dos últimos 12 meses", nota o documento, com base na recolha de preços nos mercados locais.
O relatório ilustra a evolução com um gráfico que mostra o preço a seguir uma tendência ascendente desde agosto de 2021, altura em que se aproximava dos 120 escudos cabo-verdianos (1,08 euros) por quilo, tanto na ilha de Santiago (a mais povoada) como na ilha de Santo Antão.
Em Santo Antão, o preço subiu sempre até atingir um pico em janeiro deste ano, acima dos 160 escudos (1,45 euros), recuando desde então, mas mantendo-se em redor dos 155 escudos (1,40 euros).
Na ilha de Santiago, o preço tem sofrido maiores oscilações ao longo do ano, sempre com um pico antes da colheita, chegando perto dos 170 escudos (1,54 euros) em agosto deste ano.
Quanto a outros cereais, o preço da farinha de trigo importada fixou-se, em agosto, a um nível 10% a 30% mais caro que o do ano anterior -- a rondar os 90 escudos cabo-verdianos (81 cêntimos de euro) por quilo -, enquanto o preço do arroz importado ficou "estável", próximo do valor de 2022 na maioria dos mercados.
O GIEWS é um instrumento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
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