"O importante é persistir na meta, é o que a gente tem dito e o que foi delineado na comunicação oficial. A razão pela qual existe um questionamento é porque precisa de receitas adicionais bastante grandes para cumprir esse número", afirmou Campos Neto numa audiência pública na Câmara dos Deputados.
"Nossa mensagem é de persistência. Está bem alinhado com o que o ministro [da Fazenda brasileiro, Fernando] Haddad tem dito, a gente acha que esse é um caminho bem promissor. Mesmo que a meta não seja cumprida exatamente, o que os agentes económicos vão ver é qual o esforço que teve na direção de cumprir a meta", acrescentou.
Campos Neto, aliado próximo e indicado para o Banco Central pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, para um mandato que termina no final de 2024, terá um encontro hoje com Lula da Silva.
A relação do chefe do Banco Central brasileiro com o atual Governo teve altos e baixos, principalmente porque Lula da Silva e a sua equipa reclamaram publicamente das altas taxas de juros impostas pelo órgão no país.
A equipa económica do Brasil traçou como objetivo 'zerar' o défice primário (défice orçamental antes da aplicação de juros) em 2024, meta vista com ceticismo por agentes do mercado financeiro e aliados do Governo.
A ata da última reunião do Comité de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro reforçou "a necessidade de perseverar uma política monetária contracionista até que se consolide não só o processo de desinflação, mas também a ancoragem das expectativas em torno dos seus objetivos".
A taxa básica de juro no Brasil foi reduzida em meio ponto percentual para 12,75% ao ano em setembro, o nível mais baixo em quase três anos.
A redução do custo do dinheiro no Brasil foi a segunda consecutiva, depois de também ter diminuído 0,50 ponto percentual em agosto.
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