Subida do mercado obrigacionista leva Wall Street a encerrar em baixa
A bolsa nova-iorquina acabou hoje em baixa uma sessão em que se sucederam as subidas e as descidas, mas pressionada pela subida dos rendimentos obrigacionistas para níveis inéditos desde 2007.
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Economia Bolsas
Os resultados definitivos indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,75%, o tecnológico Nasdaq perdeu 0,96% e o alargado S&P500 desvalorizou 0,85%.
Os rendimentos proporcionados pelas obrigações do Tesouro a 10 anos roçaram os cinco por cento, com 4,99% em sessão, um novo máximo desde há 16 anos.
"Os rendimentos sobem porque o mercado obrigacionista receia que a Reserva Federal (Fed) não deixe a sua taxa de juro de referência elevada durante um período de tempo extenso", comentou Peter Cardillo, de Spartan Capital.
Sobre o assunto, o presidente da Fed, Jerome Powell, alimentou as duas possibilidades, durante uma intervenção no Clube Económico, de Nova Iorque.
"Há material tanto para os 'falcões' como para as 'pombas'", considerou aquele analista, referindo-se à linguagem da Fed para designar respetivamente os apoiantes de uma política monetária mais severa e os que advogam uma política mais suave.
Powell sublinhou que o seu comité monetário (FOMC, na sigla em Inglês) pretende ser "prudente", o que, acrescentou, "é uma indicação que a Fed não tem pressa de voltar a subir a taxa" estimou David Daco, economista-chefe da Ernst and Young.
Por outro lado, Powell também insistiu no facto de a política monetária "não é demasiado severa neste momento" e que a economia dos EUA se mostra "resiliente".
Em síntese, Daco disse: "Pensamos que a Fed acabou com as subidas da taxa, mas uma baixa desta não deve ocorrer antes de junho de 2024".
Na frente dos indicadores, houve para todos os gostos.
Por um lado, as inscrições semanais para o subsídio de desemprego recuaram, para surpresa dos analistas, para baixo do limiar dos 200 mil.
Por outro lado, as vendas de casas em segunda mão caíram para o nível mais baixo desde outubro de 2010, uma vez que a subida da taxa de juro faz subir o custo do crédito imobiliário.
Em setembro, mudaram de proprietário 3,96 milhões de casas e apartamentos, em termos anualizados, segundo os dados divulgados hoje pela Federação Nacional dos Agentes Imobiliários.
Este valor representa uma descida de dois por cento, em termos mensais, e 15,4%, em termos homólogos.
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