Em declarações à Lusa, o vice-presidente dos países soberanos globais da DBRS, Jason Graffam, admite que "a demissão do primeiro-ministro [António] Costa, no mínimo, aumenta as perspetivas de eleições antecipadas e aumenta a incerteza política no curto prazo".
Ainda assim, considera que "uma votação antecipada ou uma mudança de governo não significaria necessariamente uma deterioração da governação".
"Em vez disso, consideraríamos preocupante qualquer resultado eleitoral futuro que afaste a formulação de políticas do atual compromisso do Governo com a prudência fiscal e a redução da dívida do setor público", refere.
A agência de notação financeira recorda que, de acordo com um relatório publicado recentemente, embora "a medida de controlo da corrupção em Portugal se tenha deteriorado nos últimos anos, de acordo com os Indicadores Mundiais de Governação do Banco Mundial, o país tem uma classificação elevada em comparação com pares com classificação semelhante em medidas de governação importantes", que incluem a eficácia do governo e a estabilidade política.
O primeiro-ministro, António Costa, pediu hoje a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
O Presidente convocou para quarta-feira os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira.
Numa declaração no Palácio de São Bento, António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário".
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