APED diz que greve não está a ter "impacto significativo"

A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) disse hoje que a greve de trabalhadores do setor não está a ter um impacto significativo nos seus associados, contrariando o sindicato representativo.

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Lusa
11/11/2023 15:57 ‧ 11/11/2023 por Lusa

Economia

Distribuição

Contactada pela Lusa, fonte oficial da APED disse que as empresas suas associadas não estão a sentir "nenhum impacto significativo" com a paralisação, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).

Horas antes, a presidente da direção nacional do CESP, Filipa Costa, tinha dito à Lusa que "a greve está a ser significativa, com lojas a funcionar a meio gás e com secções fechadas", e denunciou vários casos de violações da lei, com substituição de trabalhadores que aderiram ao protesto, para manter as lojas em funcionamento.

O CESP lamentou ainda a atuação da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que "demora muito tempo" a responder a estas situações.

"Muitos supermercados, muitas lojas, seja empresas de distribuição ou no comércio em geral, estão a funcionar com mínimos e as chefias a garantir a abertura da loja", assegurou o CESP, que vai atualizar ao longo do dia na sua página na internet e redes sociais as lojas com trabalhadores em greve e a funcionar apenas com chefias e em mínimos.

Os trabalhadores das empresas de distribuição estão hoje em greve para reivindicar o aumento dos salários, a valorização das carreiras e a revisão do contrato coletivo de trabalho, que, segundo a estrutura sindical, não é revisto desde 2016.

"Não aceitamos que num mesmo setor convivam lucros milionários para as empresas e salários muito próximos do salário mínimo nacional, quer entrem hoje, quer trabalhem no mesmo local há décadas, para os trabalhadores", sublinhou, em outubro, o CESP.

O sindicato argumenta que as empresas portuguesas "gastam apenas 15,2% dos seus custos totais nos salários", em média, sendo que no setor do comércio esta percentagem recua para 9%.

"Os salários dos trabalhadores das empresas de distribuição perdem valor todos os anos. Se o salário dos operadores especializados tivesse sido atualizado na mesma proporção das subidas do salário mínimo nacional nos últimos 15 anos, um operador de supermercado em topo de carreira estaria a ganhar 1.042,83 euros", refere o CESP.

O sindicato da esfera da CGTP constata ainda que o salário mínimo nacional "já ultrapassou os valores do topo" da última tabela negociada com a APED, em 2016.

Leia Também: Sindicato fala em adesão significativa a greve na distribuição

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