Um estudo realizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) analisa os principais indicadores da privação material e social das famílias portuguesas.
Numa publicação partilhada na rede social X (antigo Twitter), no domingo, a fundação indica que "5% da população vive numa situação de privação material e social severa", o que significa que esta percentagem tem "uma forte carência" em pelo menos sete dos 13 "indicadores, como, por exemplo, a impossibilidade de pagar a renda, aquecer a habitação ou consumir carne ou peixe de dois em dois dias, entre outros".
No site da FFMS, a análise é dada com mais detalhe, e revela quais as situações em que a privação das famílias é sentida de forma mais forte.
Os especialistas destacam vários indicadores, notando, por exemplo, que 37,2% não têm capacidade para pagar uma semana de férias por ano fora de casa (36,6% em 2021).
5% da população vive numa situação de privação material e social severa. Ou seja, tem uma forte carência em pelo menos 7 dos 13 indicadores, como, por exemplo, a impossibilidade de pagar a renda, aquecer a habitação ou consumir carne ou peixe de dois em dois dias, entre outros.
— Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) (@ffms_pordata) December 10, 2023
Na ordem dos 30%, é ainda destacada a impossibilidade de substituição do mobiliário usado, apontada por 36,3% dos indivíduos – em 2021, 37,9% dizia que não tinha esta possibilidade.
"29,9% dizem que não têm capacidade para assegurar o pagamento imediato de uma despesa inesperada próxima do valor da linha de pobreza (31,1% em 2021); 17,5% declaram não terem capacidade financeira para manter a casa adequadamente aquecida (16,4% em 2021)", lê-se ainda no site.
Segundo a FFMS, estes indicadores de privação material e social, são aqueles que, "de uma forma mais imediata, refletem os efeitos da subida dos preços dos bens e serviços sobre as condições de vida das famílias, contrariamente aos indicadores de pobreza".
Esta análise, com dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, lembra ainda que "o sistema estatístico europeu procedeu a uma revisão dos indicadores de privação, no âmbito do sistema de monitorização social da estratégia Europa 2030". Desta forma, os anteriores nove indicadores foram alargados para 13. Os anteriores nove indicadores de privação foram alargados para 13 indicadores de privação material e social. "De forma a assegurar a comparabilidade destes novos indicadores o INE recalculou as estimativas de privação material e social desde 2016", lê-se.
"De acordo com o ICOR em 2022 quer o indicador de privação material e social quer o de privação material e social severa registaram uma diminuição, contrariando o agravamento da sua subida ocorrido em 2021 e retomando a tendência de descida destes índices que se registava desde 2016", explicam ainda.
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