Apesar da desaceleração face à expansão de 6,8% registada em 2022, o crescimento da economia portuguesa na primeira metade do ano surpreendeu decisores e economistas, levando a uma revisão em alta do crescimento do PIB ao longo do ano, apesar de se esperar um forte abrandamento no último trimestre deste ano.
O abrandamento do crescimento do PIB face ao ano anterior é transversal aos parceiros europeus, refletindo a continuação da guerra na Ucrânia e o despoletar da guerra entre o Hamas e Israel.
Ainda assim, a economia portuguesa tem resistido e o Governo prevê, agora, um crescimento do PIB de 2,2% este ano, segundo o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), publicado em outubro, que compara com os 1,8% previstos no Programa de Estabilidade, divulgado em abril.
Ainda que a nova guerra tenha aumentado os receios de um novo disparo nas matérias-primas, a inflação começou a dar sinais positivos.
O Ministério das Finanças projeta que a taxa medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHCP) passe de 8,1% em 2022 para 5,3% em 2023, refletindo em grande parte uma descida dos preços na energia.
Tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Portugal terá diminuído para 1,6% em novembro de 2023, taxa inferior em 0,5 pontos percentuais (pp.) à observada no mês anterior, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Por outro lado, as contas públicas continuam a trajetória de consolidação.
O Governo prevê um excedente orçamental de 0,8% este ano (em abril apontava para um défice de 0,4%), que a concretizar-se é não apenas o segundo saldo positivo em democracia, como o mais elevado.
Apesar da contabilização ser distinta, a execução orçamental tem dado força à projeção, com o Estado a registar um excedente, em contabilidade pública, de 6.215 milhões de euros até outubro, uma melhoria de 3.494 milhões de euros face ao período homólogo, resultado do crescimento da receita.
O peso da dívida pública face ao PIB também continuou a trajetória descendente este ano, com as previsões a apontarem para uma redução de 112,4% em 2022 para 103% este ano.
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