Os dados alfandegários indicam que as exportações em dezembro aumentaram 2,3%, em comparação com o mesmo período do ano passado, para 303,6 mil milhões de dólares (276,5 mil milhões de euros), num sinal de que a procura pode estar a aumentar após meses de declínio no início do ano.
As importações também aumentaram 0,2%, em comparação com o mesmo período do ano passado, para 228,2 mil milhões de dólares (207,9 mil milhões de euros), em comparação com um declínio de 0,6% em novembro.
O excedente comercial total da China em dezembro foi de 75,3 mil milhões de dólares (68,6 mil milhões de euros), um aumento de 10,1%, em relação aos 68,3 mil milhões de dólares (62,2 mil milhões de euros) de novembro.
"A procura externa, que continua fraca, continua a ser o principal fator que restringe o crescimento das exportações", afirmou hoje o diretor-adjunto da Administração Geral de Alfãndegas da China, Wang Lingjun, em conferência de imprensa.
"Fatores como o protecionismo e o unilateralismo também têm impacto nas exportações, que vão continuar a enfrentar muitas dificuldades", acrescentou.
As pressões deflacionárias persistiram na economia chinesa, com os preços ao consumidor a descerem 0,3% em dezembro, o terceiro mês consecutivo de declínio.
A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflete debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.
O índice de preços ao produtor da China para dezembro - que mede os preços que as fábricas cobram aos retalhistas - caiu 2,7%, no 15º mês consecutivo de declínio.
"Ao longo deste ano, a deflação dos preços dos produtos alimentares e da energia deve continuar a diminuir, enquanto a recuperação cíclica em curso da atividade económica sustentará um ligeiro aumento da inflação subjacente", escreveram Julian Evans-Pritchard e Zichun Huang, da consultora Capital Economics, numa nota difundida hoje.
"O fraco crescimento global e a continuação do sobreinvestimento na China significam que os riscos de deflação vão continuar a pairar sobre a sua economia durante algum tempo", acrescentaram.
O comércio com o Japão, os países do Sudeste Asiático, a União Europeia e os EUA diminuiu este ano.
A procura por exportações chinesas tem sido fraca desde que a Reserva Federal e os bancos centrais da Europa e da Ásia começaram a aumentar as taxas de juro no ano passado para arrefecer a inflação que estava em máximos de várias décadas.
O setor imobiliário da China continua a ser um entrave à economia, com as vendas a caírem e os promotores imobiliários a lutarem para reembolsar enormes quantidades de dívida.
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