Exportações da China aumentaram 2,3% em dezembro

As exportações da China cresceram ligeiramente pelo segundo mês consecutivo, em dezembro, apesar das pressões deflacionistas, de acordo com dados oficiais divulgados hoje, que ilustram uma recuperação desigual em 2023.

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Lusa
12/01/2024 06:25 ‧ 12/01/2024 por Lusa

Economia

China

Os dados alfandegários indicam que as exportações em dezembro aumentaram 2,3%, em comparação com o mesmo período do ano passado, para 303,6 mil milhões de dólares (276,5 mil milhões de euros), num sinal de que a procura pode estar a aumentar após meses de declínio no início do ano.

As importações também aumentaram 0,2%, em comparação com o mesmo período do ano passado, para 228,2 mil milhões de dólares (207,9 mil milhões de euros), em comparação com um declínio de 0,6% em novembro.

O excedente comercial total da China em dezembro foi de 75,3 mil milhões de dólares (68,6 mil milhões de euros), um aumento de 10,1%, em relação aos 68,3 mil milhões de dólares (62,2 mil milhões de euros) de novembro.

"A procura externa, que continua fraca, continua a ser o principal fator que restringe o crescimento das exportações", afirmou hoje o diretor-adjunto da Administração Geral de Alfãndegas da China, Wang Lingjun, em conferência de imprensa.

"Fatores como o protecionismo e o unilateralismo também têm impacto nas exportações, que vão continuar a enfrentar muitas dificuldades", acrescentou.

As pressões deflacionárias persistiram na economia chinesa, com os preços ao consumidor a descerem 0,3% em dezembro, o terceiro mês consecutivo de declínio.

A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflete debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

O índice de preços ao produtor da China para dezembro - que mede os preços que as fábricas cobram aos retalhistas - caiu 2,7%, no 15º mês consecutivo de declínio.

"Ao longo deste ano, a deflação dos preços dos produtos alimentares e da energia deve continuar a diminuir, enquanto a recuperação cíclica em curso da atividade económica sustentará um ligeiro aumento da inflação subjacente", escreveram Julian Evans-Pritchard e Zichun Huang, da consultora Capital Economics, numa nota difundida hoje.

"O fraco crescimento global e a continuação do sobreinvestimento na China significam que os riscos de deflação vão continuar a pairar sobre a sua economia durante algum tempo", acrescentaram.

O comércio com o Japão, os países do Sudeste Asiático, a União Europeia e os EUA diminuiu este ano.

A procura por exportações chinesas tem sido fraca desde que a Reserva Federal e os bancos centrais da Europa e da Ásia começaram a aumentar as taxas de juro no ano passado para arrefecer a inflação que estava em máximos de várias décadas.

O setor imobiliário da China continua a ser um entrave à economia, com as vendas a caírem e os promotores imobiliários a lutarem para reembolsar enormes quantidades de dívida.

Leia Também: Economia chinesa regista deflação em dezembro pelo 3.º mês consecutivo

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