Em declarações à rede americana CNBC no âmbito do Fórum Económico Mundial, que decorre na cidade suíça de Davos, Mário Centeno defendeu que o BCE tem como objetivo a inflação de médio prazo e não a inflação de fevereiro, considerando que "a trajetória é muito positiva neste momento".
"Não estou a dizer que uma subida não seja uma possibilidade, mas não precisamos de fazer mais do que o necessário para levar a inflação para 2% no médio prazo. Desde finais de 2022, todas as nossas previsões até 2025 apontam para uma previsão de inflação a médio prazo muito bem ancorada", assegurou.
Ainda assim, questionado sobre quando poderão ocorrer reduções das taxas de juro, Centeno reconheceu que o abrandamento da subida dos preços nos últimos três ou quatro meses surpreendeu o banco central, o que evidencia o efeito de uma política monetária mais restritiva.
"E, quando a inflação começa a descer de forma sustentada, com uma economia... que não está a crescer, onde os desafios são enormes, devemos ter em conta todos os dados para tomar decisões", continuou.
O representante português no Conselho do BCE, considerado uma "pomba" na política monetária, continuou, assim, a mostrar-se disponível para abordar uma potencial redução das taxas de juro muito mais cedo do que os chamados "falcões", como o governador do Banco Nacional da Áustria, Robert Holzmann, para quem a situação geopolítica não garante, de forma alguma, um corte nos juros em 2024.
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