A secretária-geral da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), Isabel Camarinha, esteve presente, este sábado, na manifestação em Lisboa pelo direito à habituação, protesto que se replica em várias cidades a nível nacional.
"Do ponto de vista da habitação em concreto, é preciso garantir que as rendas são comportáveis para as pessoas poderem pagá-las. Precisamos de garantir que os bancos não amealham todos os dias milhões e milhões de euros de lucro, enquanto as prestações dos créditos continuam a aumentar", referiu, em declarações aos jornalistas.
Para além destas ações acimas, é preciso também, de acordo com a responsável, que haja o aumento geral de pensões e salários. Em Lisboa, houve também espaço para criticar o governo. "O Governo ainda aprova o [pacote] Mais Habitação, em que até subsidia os grandes senhorios e a própria banca relativamente a apoios que se estão a dar a pessoas. É evidente que os apoios são bem vindos para quem está com a faca no pescoço, [mas] não é bom apoios que as pessoas resolvem o seu problema nem de habitação nem de vida digna", defendeu.
A secretária-geral da CGTP apontou ainda que era mesmo de dignidade que se tratava este assunto e, sublinhando que o país produzia "riqueza suficiente" para que haja "salários, pensões e habitação acessível" ou para os preços dos bens essenciais serem regulados. "De forma a não continuarmos com este aumento de custo de vida, que em janeiro teve aumento brutal".
Isabel Camarinha afirmou que eram precisas ações de manifestação, mas que também era preciso que isso se fizesse ver nas urnas. "Apelamos que os trabalhadores levam a luta até ao voto e garantam com o seu voto, a 10 de março, que se altere esta política", rematou.
Em Lisboa, os manifestantes farão o percurso entre a Alameda Dom Afonso Henriques e o Arco da Rua Augusta, onde, além de intervenções dos organizadores, haverá também concertos de artistas como Catarina Branco, Jhon Douglas, Luca Argel e Luís Severo.
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