"A redução da dívida pública não pode ser minimizada, os economistas não podem dizer num momento que há um elefante na sala e no outro que não foi nada de especial", afirmou o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, num debate no Fórum Banca, organizado hoje pelo Jornal Económico, em Lisboa.
No mesmo sentido, o presidente do Millennium BCP, Miguel Maya, disse que a "maior vitória nos últimos anos foi as contas públicas equilibradas e a sustentabilidade da dívida pública", considerando esta "importantíssima para o futuro".
Para o gestor, o importante é manter essa sustentabilidade. "Todos nós temos a responsabilidade futura de não permitir o desgoverno nessa matéria", afirmou.
O Banco de Portugal divulgou hoje que o rácio da dívida pública caiu abaixo dos 100% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, fixando-se em 98,7%, o valor mais baixo desde 2009.
Em 2022, o peso da dívida pública no PIB era de 112,4%.
O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, já tinha sinalizado ao início da manhã, no Fórum Banca, que o peso da dívida ficaria abaixo da meta simbólica dos 100% do PIB, o que "há muitos anos que não acontecia", e que esta redução "não é um epifenómeno, não é uma situação que acontece por acaso", mas que "resulta de um esforço que passa pelas famílias, empresas e, necessariamente, pelo Estado".
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