"A inflação atingirá o pico em maio e o declínio começará no segundo semestre de 2024", disse Karahan na primeira conferência de imprensa desde a sua nomeação no sábado passado.
O governador manteve a previsão de uma inflação média anual de 36% em 2024 e de 14% em 2025, mas ressalvou que o valor para o ano em curso poderá situar-se entre 30% e 42% e para 2025 entre 7% e 21%.
"Em 2026, espera-se que a inflação desça para um único dígito em 9% e, a médio prazo, atingirá a estabilidade no nosso objetivo de 5%", acrescentou Karahan.
A inflação prevista para a Turquia em 2023 é de longe a mais elevada e a única acima de 10% entre os 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Karahan observou que as taxas de juro do banco central, que se situam em 45% desde a última subida de 2,5% em janeiro passado, já atingiram o nível necessário para garantir a redução da inflação.
"Isto mostra que a contenção financeira funcionou. Nesta fase, não vemos a necessidade de uma subida adicional das taxas. No caso de as perspetivas (de inflação) se alterarem, reveremos esta decisão", acrescentou o economista.
Karahan substituiu na semana passada Hafize Gaye Erkan, que tinha iniciado um aumento progressivo das taxas de juro, que quintuplicaram de 8,5% para 45% desde junho.
Erkan demitiu-se no sábado passado, invocando como motivo uma campanha contra a sua honra, com acusações que vão desde a alegada utilização de um carro oficial pelo seu pai até à possível responsabilidade pela falência do banco norte-americano onde trabalhou até 2022.
Karahan, nascido na cidade turca de Eskisehir em 1982, doutorou-se na Universidade da Pensilvânia, nos EUA, e foi professor adjunto na Universidade de Columbia.
Trabalhou durante nove anos no Federal Reserve Bank de Nova Iorque antes de se mudar para a Amazon como executivo e, em agosto passado, foi nomeado vice-governador do banco central turco.
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