A líder da central sindical, Isabel Camarinha, falava após a última reunião do Conselho Nacional da CGTP antes do XV congresso que irá eleger os dirigentes para o próximo mandato de quatro anos da intersindical e que se realiza nos dias 23 e 24 no Seixal (Setúbal), 15 dias antes das eleições legislativas de 10 de março.
"O Conselho Nacional da CGTP, hoje na sua reunião, reafirmou a importância de continuar e intensificar a organização, mobilização e luta dos trabalhadores para exigirem a resposta aos seus problemas", afirmou Isabel Camarinha à Lusa.
A líder sindical disse que, perante o "agravamento e degradação das condições de vida e de trabalho" deve ser também garantido que, "na intensificação da luta se insere o voto, no dia 10 de março", com a exigência de resposta às reivindicações dos trabalhadores.
"Nós já temos demasiados deputados na Assembleia da República a defenderem o capital, as grandes empresas, os grupos económicos, precisamos de quem defenda de facto os direitos dos trabalhadores e melhores condições de vida e desenvolvimento do país", defendeu a líder da CGTP.
Isabel Camarinha referiu que o projeto de programa de ação hoje aprovado no Conselho Nacional será discutido e aprovado pelos cerca de 730 delegados ao congresso, onde também será feito o balanço do mandato de quatro anos que agora termina.
Em 25 de janeiro, o Conselho Nacional da CGTP aprovou a lista de 147 candidatos a este órgão, a eleger no congresso, que contempla a renovação de 26% dos dirigentes, incluindo o cargo de secretário-geral, tal como avançou a Lusa esta semana.
No XV congresso da intersindical vão ser substituídos 38 dirigentes sindicais dos 147 que integram o Conselho Nacional, entre os quais a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.
Dos 38 dirigentes que vão ser substituídos, 19 estão de saída por terem atingido o limite de idade para acesso aos corpos sociais da central sindical, como é o caso de Isabel Camarinha. Os outros 19 dirigentes saem por terem sido substituídos na coordenação das respetivas uniões ou federações sindicais.
A CGTP tem um limite de idade para o acesso aos corpos sociais da central. Ou seja, os sindicalistas não podem candidatar-se a um novo mandato quando têm a perspetiva de atingir a idade de reforma nos quatro anos seguintes.
Entre os dirigentes que vão sair da Comissão Executiva da CGTP por motivo de idade estão, além de Isabel Camarinha, Mário Nogueira (líder da Fenprof - Federação Nacional dos Professores), Libério Domingues (ex-coordenador da União de Sindicatos de Lisboa), José Manuel Oliveira (coordenador da Fectrans - Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações) ou Vivalda Silva (dirigente do STAD - Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas).
Assim que for eleito no congresso, o novo Conselho Nacional da CGTP tem a responsabilidade de eleger a Comissão Executiva e o próximo secretário-geral da intersindical.
Isabel Camarinha (63 anos) foi eleita secretária-geral da CGTP no anterior congresso, em fevereiro de 2020, para um mandato de quatro anos que agora termina.
Antes de substituir Arménio Carlos como líder da CGTP, Isabel Camarinha era presidente do Sindicato do Comércio e Serviços de Portugal (CESP) e coordenadora da Federação dos Sindicatos do Comércio e Serviços de Portugal.
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