Inflação na zona euro abranda mais rápido este ano e chega aos 2,7%

A Comissão Europeia previu hoje um abrandamento da taxa de inflação na zona euro mais rápido este ano, para 2,7%, devido à queda acentuada dos preços da energia e a pressões moderadas, mantendo 2,2% em 2025.

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Lusa
15/02/2024 10:05 ‧ 15/02/2024 por Lusa

Economia

UE/Previsões:

 

Nas previsões intercalares de inverno, hoje divulgadas, o executivo comunitário prevê que a inflação medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) desacelere de 5,4% em 2023 para 2,7% em 2024 e para 2,2% em 2025 na área da moeda única e que, na União Europeia (UE), desça de 6,3% no ano passado para 3% este ano e 2,5% no próximo.

Nas anteriores projeções, as de outono publicadas em novembro passado, Bruxelas previa, para a zona euro, uma descida da inflação de 5,6% em 2023 para 3,2% este ano e de 2,2% em 2025.

Já para o conjunto da UE, em novembro, a instituição projetava uma redução da inflação de 6,5% no ano passado para 3,5% este ano e 2,4% no próximo.

Falando numa "evolução positiva desde as previsões do outono de 2023" no que toca à inflação, Bruxelas fala numa "descida mais rápida do que o previsto", 'puxada', principalmente, pela descida dos preços da energia e pelo abrandamento das pressões sobre os preços noutras componentes no segundo semestre do ano passado, como outros bens e serviços, devido à estagnação da atividade.

"Os resultados da inflação inferiores aos previstos nos últimos meses, a descida dos preços dos produtos energéticos e a menor dinâmica económica colocaram a inflação numa trajetória descendente mais acentuada do que a prevista nas previsões do outono", observa.

Ainda assim, a instituição avisa que, a curto prazo, "o fim das medidas de apoio à energia nos Estados-membros e o aumento dos custos de transporte marítimo na sequência das perturbações do comércio no Mar Vermelho deverão exercer algumas pressões no sentido da subida dos preços, sem descarrilar o processo de descida da inflação".

Estas projeções surgem numa altura em que se registam vários bloqueios no Mar Vermelho, onde os combatentes huthis iemenitas estão a atacar embarcações da Marinha Mercante em retaliação pela guerra de Israel na Faixa de Gaza.

Teme-se um eventual aumento dos preços na área da moeda única e na União devido a estes ataques no Mar Vermelho, que provocaram perturbações no transporte marítimo e aumentaram os custos nas rotas comerciais entre a Ásia e a Europa.

"Apesar de uma ligeira pressão no sentido do aumento dos custos de transporte marítimo na sequência das perturbações do comércio no Mar Vermelho, a inflação subjacente continua numa trajetória descendente constante", aponta a Comissão Europeia.

Até ao momento, ainda não se registaram impactos significativos, mas certo é que, paralelamente, a economia europeia continua a registar um acanhado crescimento económico, ainda devido aos impactos de uma outra guerra, a da Ucrânia causada pela invasão russa.

Com a atividade económica a tentar recuperar dos elevados níveis de inflação, uma interrupção prolongada das cadeias de abastecimento poderia afetar os planos de redução das taxas de juro, dada a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) para estabilidade dos preços.

Nas previsões hoje divulgadas, Bruxelas admite inclusive que "a inflação global da zona euro deverá situar-se ligeiramente acima do objetivo do BCE, sendo a inflação da UE um pouco mais elevada".

"As condições de crédito continuam a ser restritivas, mas os mercados esperam agora que o ciclo de flexibilização se inicie mais cedo [pois] mercado de trabalho da UE continua a registar um desempenho notável", diz ainda a instituição.

[Notícia atualizada às 10h24]

Leia Também: Bruxelas reduz pela 3.ª vez projeções do PIB da zona euro e prevê 0,8% este ano

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