"Segundo uma estimativa conservadora, o agravamento das repercussões climáticas poderá reduzir o Produto Interno Bruto da UE em cerca de 7%, em finais do século", referiu o executivo comunitário numa publicação sobre gestão de riscos climáticos publicada hoje e apresentada pelo vice-presidente para o Pacto Verde Europeu, Maros Sefcovic, e pelo comissário europeu da Ação Climática, Wopke Hoekstra.
Estima-se que os danos anuais na Europa, por inundações costeiras, possam superar 1,6 biliões de euros em 2100, com 3,9 milhões de pessoas expostas a esse fenómeno em cada ano.
O documento foi publicado em resposta à primeira Avaliação Europeia de Riscos Climáticos, uma publicação científica da Agência Europeia do Meio Ambiente, que adverte que a Europa é o continente que "mais rapidamente aquece no mundo" e que muitos dos riscos climáticos que enfrenta já alcançaram níveis "críticos" e poderão ser "catastróficos", se não forem tomadas medidas "urgentes e decisivas".
"Esta avaliação dá outro sinal de alarme, se era preciso mais algum", reconheceu Sefcovic, acrescentando que a advertência "serve de pouco se não for acompanhada de uma resposta".
A Comissão faz um apelo para a ação a todos os níveis em quatro domínios principais, enquanto convida os Estados membros a aplicarem as políticas existentes e a atualizarem os planos nacionais de energia e clima previstos para junho.
O objetivo de Bruxelas é mostrar que a UE pode antecipar-se eficazmente aos riscos e aumentar a sua resistência às alterações climáticas, para o que propõe estreitar a cooperação institucional em matéria climática, promover uma melhor compreensão das correlações entre riscos climáticos, inversão e estratégias de financiamento a longo prazo, aproveitar as políticas estruturais e garantir as condições adequadas para financiar a resiliência climática.
Em relação a este último ponto, a Comissão considera "crucial" canalizar financiamento suficiente para a resiliência climática, tanto pública, como privada, para o que se mostrou disposta a ajudar os Estados membros a melhorar e integrar o risco climático nos processos orçamentais nacionais.
Para garantir que a despesa da UE seja resistente às alterações climáticas, Bruxelas também se comprometeu a integrar considerações de adaptação ao clima na execução dos programas e atividades da UE.
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