Banco do Japão sobe taxas de juro pela primeira vez em 17 anos
O Banco do Japão (BoJ) subiu hoje a taxa de juro de referência a curto prazo para 0,1%, pela primeira vez desde 2007, anunciou a instituição.
© Lusa
Economia Japão
O conselho de política monetária do banco central japonês tomou esta decisão na reunião, hoje terminada, depois de analisar a dinâmica entre o aumento dos salários e dos preços na quarta maior economia do mundo e considerar que agora é possível alcançar o objetivo de inflação de 2% ao ano "de forma sustentável e estável".
Além da subida das taxas, que até agora se mantiveram em -0,1%, o BoJ decidiu pôr fim à política de controlo dos rendimentos das obrigações do Tesouro a 10 anos e interromper as compras de fundos negociados em bolsa (ETF) e de fundos de investimento imobiliário (REIT).
O banco considera que a "política de flexibilização monetária quantitativa e qualitativa", o controlo das obrigações do Tesouro e as taxas de juro negativas "cumpriram as suas funções", de acordo com o documento adotado no final da reunião.
O banco central japonês acrescentou que vai continuar a orientar a política monetária "para o objetivo da estabilidade de preços de 2%" e a orientar as taxas de juro de curto prazo "como principal instrumento" em resposta à evolução dos preços e da economia.
Dadas as atuais perspetivas para a atividade económica e a inflação, o BoJ espera que "as condições financeiras acomodatícias se mantenham durante algum tempo".
A mudança de rumo do BoJ foi aprovada na reunião de política monetária por sete votos a favor e dois contra, e tinha já sido antecipada pela maioria dos analistas.
O BoJ foi o único banco central entre as principais economias do mundo a manter taxas de juro ultrabaixas, neste caso, desde 2016.
Nesse ano, o banco central japonês decidiu fixar a taxa de juro de referência a curto prazo em valores negativos, a fim de promover a concessão de crédito e impulsionar a economia.
Também em 2016, introduziu o programa de controlo da curva de rendimentos das obrigações do Tesouro, orientadas para cerca de 0% e, assim, manter baixos os custos de financiamento da elevada dívida pública.
Para a decisão de hoje, o BoJ teve em conta o índice de preços no consumidor que se manteve acima dos 2% durante meses - para o ano fiscal de 2024, a entidade prevê uma subida de 2,4% -, e o aumento salarial médio de 5,28% com que foram acertadas as negociações anuais entre os principais sindicatos e empregadores japoneses.
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