Corte de juros? "Não vou antecipar qualquer decisão nem a minha posição"

O governador do Banco de Portugal disse hoje que a inflação está a descer de forma sustentada e a convergir para 2%, mas não quis antecipar o próximo corte de juros do BCE por ser necessário analisar vários indicadores.

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Lusa
22/03/2024 14:08 ‧ 22/03/2024 por Lusa

Economia

Mário Centeno

"A inflação está a descer de forma sustentada e a convergir para 2%", afirmou Mário Centeno na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de março, realizada no Museu do Dinheiro, em Lisboa.

Contudo, disse que não antecipa quando será o próximo corte de taxas de juro diretoras nem o que defenderá na reunião do Conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) de 11 de abril.

"Não vou antecipar qualquer decisão nem mesmo a minha posição", afirmou.

Centeno disse que para isso precisa de informação adicional, caso da inflação de março, mas também sobre a evolução dos salários pois "o abrandamento dos salários da área do euro é essencial para que toda a perspetiva económica se possa materializar".

Os salários do quarto trimestre de 2023 cresceram muito abaixo do que tinham crescido nos trimestres anteriores.

"Numa economia [da zona euro] que não cresce e continua a criar emprego alguma coisa tem de ajustar, afirmou, acrescentando que não é sustentável a economia não crescer e crescer em empregos e salários.

"Temos de analisar salários quando nos reunirmos no início de abril para podermos tomar decisões", vincou.

O consenso dos analistas é de que o BCE deverá fazer o próximo corte das taxas de juro em junho.

O Banco de Portugal divulgou hoje o Boletim Económico de março, revendo em alta a previsão de crescimento da economia portuguesa para 2% este ano, face ao que esperava em dezembro, acima do inscrito no OE2024 e do esperado pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro.

Está ainda mais otimista sobre o ritmo de descida de inflação, prevendo que a taxa caia para 2,4% este ano, apesar de efeitos temporários sobre os preços dos alimentos e energia.

Leia Também: Bancos devem usar lucros para "criar almofadas" para o futuro

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