A subida dos preços das casas em Portugal parece não dar tréguas e as expectativas para os próximos tempos não são mais animadoras. Aliás, o ex-presidente do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), Victor Reis, admite mesmo que o aumento dos preços não ficará por aqui.
"A máquina gripou", disse Victor Reis em declarações à CNN Portugal, acrescentando: "Parecemos a inflação da Argentina, isto não vai parar".
O especialista, que participou num estudo sobre o mercado imobiliário português, revela que o facto de o país registar um aumento dos preços quando a tendência começa a ser de descida no resto da Europa entra em confronto com outra estatística nacional:
"Pode parecer estranho, mas nós temos um superávit habitacional, com 6 milhões de alojamentos para 4,2 milhões de famílias, não era suposto isto acontecer, mas acontece, muito porque um terço do nosso parque habitacional não tem uso permanente", referiu.
Acrescentou ainda, em declarações ao mesmo canal, que "enquanto na Europa, em média, 41% dos proprietários que têm uma segunda habitação arrendam, em Portugal só 13% o fazem", o que leva a "uma grande quantidade de casas fechadas que podiam ajudar a colmatar a falta de oferta para tanta procura, porque os proprietários não sentem confiança no mercado".
Previsões não são animadoras
Também o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Para Paulo Caiado, considerou, também em declarações à CNN, que é imprevisível que o preço das casas vá descer nos próximos tempos.
"Enquanto a oferta e a procura se mantiveram desequilibrados, com mais intenções de compra ou de arrendamento do que a oferta de casas, não me parece que possamos assistir a qualquer descida de preços", apontou.
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