Em entrevista ao Econostream, questionado sobre se faria sentido começar com um corte das taxas de 50 pontos base ou se está resignado com uma descida de 25 pontos base, Mário Centeno disse que a expectativa apontada pelo jornalista "justifica-se", dada a comunicação do BCE na sequência da última reunião.
No entanto, salientou ser "importante notar que a decisão será baseada numa nova previsão para a zona euro", remetendo mais informação para junho.
"A previsão anterior trouxe surpresas que incluíram uma revisão em baixa do crescimento e uma revisão em baixa da trajetória da inflação, o que provavelmente tornou mais clara a próxima fase deste ciclo de política monetária com redução da taxa", disse.
Mário Centeno admitiu ainda que as previsões económicas do BCE são "compatíveis" e "incorporam uma redução total subjacente este ano de 100 pontos base".
"Uma redução de 100 pontos base este ano, sendo compatível com o nosso resultado e com as nossas projeções, é compatível com uma inflação de 2%, que é o nosso objetivo", considerou.
O BCE deixou as taxas de juro inalteradas na reunião de abril, com a principal taxa de refinanciamento em 4,5%, o nível mais alto desde 2001, mas mostrou-se aberto a reduzi-las se a inflação continuar a sua dinâmica de descida.
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