Na sexta-feira, antes do anúncio da decisão do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), a moeda estava a negociar acima dos 155 ienes por dólar, mas chegou a ultrapassar 158,44 esta madrugada.
O conselho de política monetária do banco central japonês decidiu na sexta-feira, de forma unânime, manter a taxa de juro de referência, um mês após ter subido a taxa de juro de referência a curto prazo, para 0,1%, o primeiro aumento em 17 anos.
"É necessário prestar muita atenção à evolução dos mercados financeiros e cambiais e ao seu impacto na atividade económica e nos preços no Japão", disse o BoJ, num comunicado.
Horas antes, o ministro das Finanças japonês disse estar pronto para intervir e travar a queda acentuada do iene.
"Em linha com a nossa política, o Governo vai continuar a acompanhar de perto a evolução do mercado cambial e vai tomar todas as medidas necessárias", disse Shunichi Suzuki, à comunicação social.
"Estamos preocupados com o lado negativo do iene mais fraco", disse o ministro, acrescentando que lidar com o aumento dos preços é uma prioridade para o Governo japonês.
Um iene fraco tende a impulsionar o mercado de ações, uma vez que inflaciona as remessas estrangeiras dos exportadores, mas também aumenta os custos das importações de energia e matérias-primas, das quais o Japão é dependente.
O iene tem vindo a desvalorizar-se acentuadamente face ao dólar, entre outras moedas, em grande parte devido ao diferencial de taxas de juro entre os dois países. A tendência acelerou nas últimas semanas porque não se espera que o banco central dos EUA comece a reduzir as taxas tão cedo.
O Governo japonês interveio pela última vez em outubro de 2022, quando a moeda nipónica se aproximou das 152 unidades em relação ao dólar.
Em declarações recentes, o governador do banco central do Japão, Kazuo Ueda, indicou que vai considerar uma mudança de política se o impacto do iene fraco sobre a inflação "não puder ser ignorado".
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