Galp vai manter "posição significativa" no projeto da Namíbia

O presidente executivo da Galp garantiu hoje que a petrolífera vai manter "uma posição significativa" no projeto de exploração de petróleo na Namíbia, mas reconheceu que a atual participação de 80% "está para além da capacidade financeira" da empresa.

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Lusa
30/04/2024 13:34 ‧ 30/04/2024 por Lusa

Economia

Petrolífera

"Dada a dimensão do projeto, está para além da capacidade financeira da Galp manter uma posição de 80%. Aliás, temos uma exposição financeira de 100% no projeto", afirmou Filipe Silva durante uma conferência telefónica ('conference call') com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre de 2024 hoje anunciados pela petrolífera.

Ainda assim, o CEO não confirmou as notícias que avançam que a Galp pretende vender metade (40%) da participação de 80% que detém no consórcio de exploração de petróleo no complexo de Mopane, em parceria com a empresa estatal namibiana Namcor e a Custos Energy (cada uma com uma posição de 10%).

Sem querer avançar mais informações sobre "a potencial diluição" da posição da Galp no projeto, Filipe Silva afirmou apenas que o 'timing' da venda será "quando for mesmo necessário" e quando estiver "maximizado o valor" para a empresa.

"Nessa altura, vamos priorizar um parceiro que esteja disposto a desenvolver as prospeções com rapidez e que financie o CAPEX [do inglês 'capital expenditure' ou despesas de capital]. Portanto, um parceiro que apoie o desenvolvimento [do projeto] tão rápido quanto possível", sustentou.

"O modelo de parceria que temos em mente para a Namíbia é que o CAPEX de desenvolvimento seja financiado pelo nosso novo parceiro", acrescentou.

Enfatizando que "a prioridade" da Galp é "desenvolver rapidamente" o projeto da Namíbia, o CEO referiu que o investimento previsto por parte da empresa após a fase de prospeção e a diluição da sua posição no consórcio "deve ser muito limitado", o que lhe irá permitir "acelerar parcerias lucrativas de baixo carbono em áreas como o combustível sustentável para a aviação, biocombustíveis avançados, hidrogénio e lítio" e, consequente, "acelerar a sua transformação no 'downstream' [distribuição e comercialização]".

Isto apesar de, reconheceu, os investimentos em curso nas renováveis na Península Ibérica estarem abaixo do previsto, dados os "enormes desafios" que a empresa continua a enfrentar ao nível do licenciamento.

Salientando as "colunas significativas" de petróleo e a "elevada qualidade dos reservatórios" detetados na Namíbia, Filipe Silva referiu que "os resultados da atividade exploratória foram impressionantes e excederam as expectativas quanto ao potencial da área".

"Por isso, estamos confiantes que a Namíbia vai ser uma nova e entusiasmante avenida de crescimento para a Galp", sustentou, avançando que "os próximos passos" passam pela exploração de mais quatro furos, de forma a "avaliar melhor o potencial do complexo de Mopane".

Relativamente à estimativa de existência no local de reservas de pelo menos 10.000 milhões de barris de petróleo equivalente, o CEO afirmou que se baseia nos dados recolhidos até ao momento e admitiu que "há riscos para cima e para baixo", sendo necessárias "mais atividades de exploração e prospeção para avaliar melhor toda a área do complexo de Mopane".

"Mas a Galp é uma empresa muito conservadora no que diz respeito a estimativas e comunicações externas", salientou.

Sobre a Namíbia, Filipe Silva disse ainda ser "um país incrivelmente estável", com "autoridades muito cooperantes", desde os "diversos ministérios, ao primeiro-ministro e parceiros": "São profissionais excecionais, por isso estamos muito satisfeitos com o país em geral", rematou.

A Reuters noticiou no passado dia 21, citando três fontes familiarizadas com o assunto, que a Galp poderá vender uma posição na potencial "descoberta comercial importante" de petróleo na Namíbia. De acordo com a agência de notícias, a Galp pretende vender uma participação de 40% no bloco.

Na véspera, a Galp tinha informado os investidores que a reserva de petróleo na Namíbia, na primeira fase de testes da campanha Mopane, aponta para uma "potencial descoberta comercial importante".

A Galp Energia anunciou hoje ter obtido um lucro de 337 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, 35% acima dos 250 milhões de euros do período homólogo e que compara com 284 milhões do trimestre anterior.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a petrolífera refere que "apresentou um conjunto robusto de resultados, impulsionados por um sólido desempenho no 'upstream' [exploração e produção] e na refinação e pela contribuição das atividades de gestão de energia".

[Notícia atualizada às 15h00]

Leia Também: Galp vai avançar com queixa contra Climáximo após ato de vandalismo

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