Em comunicado, a Moody's explicou que um crescimento mais forte, combinado com progressos contínuos, embora graduais, no sentido da consolidação orçamental, poderia permitir a estabilização do peso da dívida do Brasil.
Embora assinale que existem riscos para a consolidação fiscal, a agência afirmou que o Brasil tem uma economia diversificada e que existem "amortecedores institucionais que reduzem a incerteza sobre a direção futura das políticas públicas" que atenuam esses riscos.
A Moody's prevê que o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil se situe, em média, em cerca de 2% em 2024-2025.
A notação Ba2, segundo a Moody's, reflete a força fiscal ainda relativamente fraca do Brasil, dada a rigidez das despesas, o elevado peso da dívida e a capacidade limitada de a reduzir.
No entanto, a agência observou que as reformas fiscais introduzidas no ano passado, que limitam o aumento das despesas primárias reais a 70% do crescimento real das receitas em relação ao ano anterior, podem contribuir para uma consolidação fiscal gradual.
A agência disse esperar que os défices orçamentais primários e nominais do Brasil diminuam em 2024-2025, em resultado de medidas relacionadas com a cobrança de impostos.
O ministro das Finanças do Brasil, Fernando Haddad, sublinhou que a alteração da perspetiva é o resultado do trabalho conjunto dos três poderes, "que colocaram os interesses do país acima das suas diferenças".
"Mesmo com a deterioração momentânea da economia mundial, o Brasil está a avançar e a recuperar a sua credibilidade económica, social e ambiental. Ainda temos muito a fazer", disse Haddad, numa mensagem na rede social X.
A acompanhar o otimismo de Haddad, e na mesma rede social, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, também deixou uma mensagem: "O Brasil que estamos construindo voltou a ser respeitado no mundo e voltou a ter credibilidade económica e ambiental. Isso é bom para todo mundo".
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