"Vou ter uma reunião bilateral com um novo ministro ainda hoje e vamos discutir as prioridades do novo Governo e a situação orçamental, o ponto de situação da implementação do Plano de Recuperação da Resiliência de Portugal, mas é de salientar o facto de, no ano passado, ter registado um excedente orçamental de 1,2% do PIB e também está previsto um excedente este ano, pelo que será interessante clarificar os planos exatos do ministro", disse o responsável, falando na chegada à reunião dos ministros das Finanças da zona euro, em Bruxelas.
Sobre o Plano de Recuperação e Resiliência, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia para uma economia ao serviço dos cidadãos salientou aos jornalistas que "o país está, de um modo geral, num bom caminho, mas também houve uma recomendação para que Portugal acelerasse alguns aspetos da implementação".
"Aguardo com expectativa uma reunião com o novo ministro e só depois fazer alguns comentários mais específicos", adiantou, quando questionado sobre recentes declarações de Joaquim Miranda Sarmento relativas ao défice e dívida deixadas pelo anterior governo socialista.
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, estreia-se hoje em Bruxelas para uma reunião do Eurogrupo, na qual irá apresentar as "prioridades da política económica e financeira do novo Governo" aos seus homólogos da zona euro.
Naquela que é a primeira reunião do Eurogrupo em que participa após ter tomado posse no cargo no início de abril, o ministro português da tutela vai "apresentar as prioridades da política económica e financeira do novo Governo de Portugal", de acordo com a agenda da reunião.
Não estão previstas declarações do ministro das Finanças aos jornalistas portugueses em Bruxelas. Fonte do Ministério das Finanças sublinhou, ainda assim, que o governante irá apresentar aos seus homólogos da zona euro o "programa ambicioso de reforma estrutural da economia portuguesa" e o "compromisso de manter contas equilibradas e a redução da dívida pública".
No início de maio, numa síntese sobre a execução orçamental nos três primeiros meses do ano, Joaquim Miranda Sarmento revelou que o défice e a dívida não pagos pelo anterior governo socialista atingiram 600 milhões de euros em março.
"Em janeiro havia um 'superavit', um excedente, de quase 1,2 mil milhões de euros. Este excedente baixou para cerca de 800 milhões em fevereiro, e em março atingiu um défice de quase 300 milhões", declarou o governante.
De acordo com Joaquim Miranda Sarmento, a execução orçamental atingiu um défice de 259 milhões de euros em março, com as dívidas a fornecedores a aumentarem cerca de 300 milhões de euros.
As declarações foram, contudo, desmentidas pelo seu antecessor, o socialista Fernando Medina.
Esta reunião do Eurogrupo ocorre dois dias antes de a Comissão Europeia divulgar as previsões macroeconómicas de primavera para a zona euro e União Europeia.
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