"O caminho recente seguido pelo CA [Conselho de Administração] do grupo SATA vai acabar com a paz social que tanto valor tem e que tanto tentamos preservar, esperemos que o Governo Regional, enquanto acionista, tenha outra visão e perceba que este é o pior caminho", avisa o Sintac em comunicado.
Aquele sindicato alerta que a situação pode exigir uma "ação musculada" por parte dos trabalhadores.
"A não resolução deste conflito levará inevitavelmente a uma ação musculada por parte do Sintac", lê-se na nota de imprensa.
O Sintac adianta que a SATA "fechou um acordo" com o Sindicato dos Trabalhadores e Aviação (SITAVA) que "simula uma negociação, mascarando-a de benéfica", mas que "resulta em benefício nulo para a maioria dos trabalhadores".
Segundo o Sintac, o acordo entre a administração e o SITAVA assegura um acréscimo de "25% nas horas extraordinárias a partir da primeira hora" e o "pagamento de mais 50% em dia feriado e alguns dias de férias, dos quais o trabalhador só consegue usufruir se não faltar, mesmo que justificadamente".
"Este acordo só dá um pequeno retorno a quem fizer trabalho extraordinário e/ou trabalho em dia feriado. Isto significa que para ganhar um pouco mais, o trabalhador tem de sacrificar o seu tempo de descanso", critica.
O sindicato realça ainda que os "trabalhadores que não façam trabalho extraordinário e/ou não o prestem em dia feriado não têm qualquer acréscimo salarial" e avisa que não aceita a existência de "trabalhadores de primeira e de segunda" na empresa.
"O Sintac não subscreve este acordo e procurará negociar aumentos salariais reais que estejam em linha com outros acordos recentes em que alguns trabalhadores do grupo SATA obtiveram aumentos substanciais, muito acima dos 2,9% que a empresa aplicou por ato de gestão às tabelas", concluiu.
Em 02 de maio, a administração da SATA cooptou a diretora financeira Carla Neto para administradora de forma a garantir a "gestão diária" e a reestruturação do grupo enquanto "aguarda a nomeação" de um novo conselho.
A cooptação surge na sequência das saídas de Teresa Gonçalves da liderança do grupo SATA e do administrador com o pelouro financeiro, Dinis Modesto.
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