"Este desempenho reforçou a capacidade do banco para desenvolver as suas atividades de forma sustentável e a sua posição como banco de desenvolvimento e investimento sólido e robusto no mercado", lê-se no documento, em que a administração do BNI detalha os indicadores de 2023.
O crescimento nos lucros "propiciou" o aumento da rentabilidade dos capitais próprios médios, para 7,09%, contra 5,78% em 2022, e da rentabilidade dos ativos médios, para 2,28%, contra 2,02% em 2022, destaca a administração do BNI, detido a 100% pelo Estado moçambicano através do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE).
Adicionalmente, o banco refere que os níveis de capital e liquidez "melhoraram significativamente", com o rácio de solvabilidade a subir para 23,50%, contra 17,57% no ano anterior, e o rácio de liquidez para 106,89%, face a 95,39% em 2022, "acima dos mínimos regulamentares de 12% e 25%, respetivamente".
"O ano de 2023 foi desafiador devido às elevadas incertezas e riscos internos e externos que condicionaram o desempenho da economia moçambicana, em geral, e do setor bancário em particular, o que requereu do nosso lado uma atuação de prontidão e muito prudente no que diz respeito às decisões de alocação de capital em ativos financeiros e à implementação de medidas reforçadas para melhorar a qualidade dos ativos e da carteira de crédito", refere o presidente da comissão executiva do BNI, Abdul Jivane, na mensagem que consta do relatório e contas.
O documento sublinha igualmente que em 2023, o crédito em incumprimento "teve um desempenho favorável", com uma "notável redução de 32,50%", recuando para 1.340 milhões de meticais (19,2 milhões de euros), "quase todo" coberto por garantias, "limitando potenciais perdas financeiras".
"Este desempenho positivo é resultante da prudência na concessão de novos financiamentos, reestruturação de operações com viabilidade comercial, recuperação por via judicial e acompanhamento individual dos mutuários, permitindo ações proativas para reduzir o risco de inadimplência", lê-se no documento.
Contudo, apesar de o crédito em incumprimento ter reduzido em 435 milhões de meticais (6,2 milhões de euros) num ano, "a queda do volume da carteira de crédito acabou limitando a melhoria da qualidade" em apenas 1,21%, face a 2022, terminado o banco, no ano passado, com uma carteira de crédito total de 4.651 milhões de meticais (66,9 milhões de euros).
O banco fechou 2023 com um passivo total superior a 8.352 milhões de meticais (120,1 milhões de euros), um crescimento de 11,26% face a 2022, impulsionado pela subida de 84,09% nos recursos dos clientes (depósitos), para 1.180 milhões de meticais (16,9 milhões de euros), e dos empréstimos obrigacionistas (12,57%), "refletindo o alargamento da base de parceiros".
O BNI aprovou a distribuição de 27,86% dos lucros de 2023, equivalente a 75 milhões de meticais (um milhão de euros), em dividendos ao acionista Estado, aplicando o restante em reserva legal (30%) e resultados transitados (42,14%).
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