África deve ter agência de notação face a custos injustos da dívida

O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, defendeu hoje a criação de uma agência de notação de crédito em África, face à forma "injusta" como o continente é avaliado, levando ao aumento dos custos da dívida.

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Lusa
30/05/2024 09:31 ‧ 30/05/2024 por Lusa

Economia

BAD

"A criação de uma agência de notação de crédito em África não para substituir as agências de notação de crédito mundiais. Mas as agências de notação de primeira classe dão o diagnóstico da situação e aqui está uma segunda opinião", afirmou Adesina, na apresentação do relatório do BAD sobre perspetivas económicas africanas para 2024, em Nairobi, durante os encontros anuais da instituição.

De acordo com o relatório, a média dos pagamentos do serviço da dívida nos países africanos cresceu de 12,7% no período de 2020 a 2022, face a 8,4% de 2015 a 2019 e só este ano o serviço da dívida, custo que resulta também da notação das agências, representa 74 mil milhões de dólares (68,5 mil milhões de euros), quando em 2010 ascendia a 17 mil milhões de dólares.

"É importante a necessidade de analisarmos a forma como os países africanos são classificados pelas agências de notação de crédito", sublinhou Adesina, acrescentando que os estudos demonstram a necessidade de tratar os países africanos de forma justa.

O Grupo BAD é a maior instituição financeira de desenvolvimento de África e está classificada com uma notação AAA pelas agências de rating, a única no continente.

O grupo está reunido em Nairobi, até sexta-feira, para debater "A Transformação de África, o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento e a Reforma da Arquitetura Financeira Global", com a presença de 3.000 participantes, entre políticos, governantes, economistas e especialistas de várias áreas, de todo o mundo.

Estes encontros incluem a 59.ª Reunião Anual do Conselho de Governadores do Banco Africano de Desenvolvimento e a 50.ª Reunião do Conselho de Governadores do Fundo Africano de Desenvolvimento, decorrendo no Centro Internacional de Conferências Kenyatta, em Nairobi.

O Grupo BAD conta com 81 Estados-membros, entre 53 países africanos e 28 países fora do continente, incluindo Portugal e Brasil.

Leia Também: África precisa de crescer a 2 dígitos para mitigar pobreza no continente

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