A nova empresa, que resulta de um acordo assinado pelas duas partes em 11 de julho de 2023, inicia as suas atividades após ter recebido as aprovações necessárias como "líder mundial no mercado dos motores de combustão interna, transmissões e híbridos", declarou a Renault em comunicado.
Os parceiros estimam que produzirá "cinco milhões de grupos motopropulsores por ano", com um volume de negócios de cerca de 15.000 milhões de euros, adianta.
Para tal, esperam tirar partido da dimensão da Horse, para a qual transferirão a propriedade intelectual, a fim de a tornar "totalmente autónoma" no desenvolvimento de novas tecnologias na área dos motores de combustão, nomeadamente ao nível dos combustíveis alternativos, como o metanol verde, o etanol e o hidrogénio.
Desta forma, esperam oferecer soluções para 80% do mercado mundial dos grupos motopropulsores que, mesmo tendo em conta a necessidade de veículos elétricos, representarão "mais de metade" dos veículos em 2040.
A Horse fornecerá motores de combustão às marcas Renault e Geely, mas também a parceiros diretos como a Volvo, a Proton, a Nissan e a Mitsubishi, mas pretende também servir outras marcas e está aberta a outras empresas "para reforçar a cobertura da cadeia de valor".
A Horse tem 17 unidades de produção, cinco centros de investigação e desenvolvimento (I&D) e nove clientes em 130 países, com uma força de trabalho de cerca de 19.000 empregados.
A Renault disponibiliza 10.000 empregados em oito fábricas de produção de motores e transmissões em Espanha (Valladolid e Sevilha), Portugal, Roménia, Turquia, Chile, Argentina e Brasil, bem como três centros de I&D em Espanha, Roménia e Brasil.
A liderar a nova equipa estarão Matias Giannini como presidente-executivo, Lee Ma como administrador Financeiro e Juan Ferrera como diretor de Recursos Humanos.
Além disso, os mesmos gestores continuarão a gerir os ativos contribuídos pela Geely (Ruiping Wang, com sede em Hanghou, na China) e pela Renault (Patrice Haettel, com sede em Madrid), que reportarão a Giannini.
Cada um dos dois parceiros terá três representantes no conselho de administração.
O comunicado não faz qualquer referência ao gigante saudita do petróleo Aramco, que deverá aderir mais tarde com base na carta de intenções que assinou e que serve de base às negociações em curso.
O presidente do Conselho de Administração da Renault, Luca de Meo, sublinhou que esta aliança "com uma empresa líder como a Geely permitirá criar um novo 'player' com as competências, o saber-fazer e a experiência necessários para desenvolver tecnologias no domínio dos motores térmicos de muito baixas emissões e dos híbridos muito económicos, essenciais para o futuro".