UE considera desenvolvimento em Timor-Leste "muito positivo"

O embaixador da União Europeia em Timor-Leste, Mark Fiedrich, considerou o desenvolvimento no país "bastante positivo", apesar de persistirem desafios, mas lembrou que o Estado timorense tem apenas 22 anos de existência.

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Lusa
01/06/2024 06:59 ‧ 01/06/2024 por Lusa

Economia

Timor-Leste

"Não é o cenário usual para um país que sai de um conflito de uma década permanecer livre, em grande parte, de conflitos por tanto tempo. O cenário mais comum é que um país recaia em conflito e, felizmente, isso não aconteceu em Timor-Leste e acho que, de forma modesta, a União Europeia e outros na comunidade internacional contribuíram para isso", afirmou Mark Fiedrich.

"Há muitos desafios", mas se "olharmos objetivamente" Timor-Leste "avançou muito" em 22 anos de existência, salientou o embaixador, dando como referência o fortalecimento do setor da justiça.

Um desafio que continua por ser ultrapassado, segundo Mark Fiedrich é a diminuição da desnutrição em Timor-Leste, que permanece alta, mas era muito maior há 10 anos.

"Diminuiu bastante, precisa de diminuir muito mais", disse, salientando que a União Europeia quer continuar a trabalhar com o Governo para que os fundos para a alimentação escolar cheguem às escolas e "resultem em refeições escolares nutritivas todos os dias".

O embaixador destacou também como um "importante avanço" de Timor-Leste a realização de eleições democráticas, destacando que, mesmo apesar das pequenas diferenças percentuais entre candidatos, a mudança de Governo foi feita sempre de forma pacífica.

"Acho que estes são verdadeiros avanços para o país e estou feliz que nós, como União Europeia, possamos fazer parte disso", salientou.

Questionado sobre as prioridades da cooperação estabelecidas entre a União Europeia e Timor-Leste, o embaixador destacou o crescimento económico e a diversificação da economia timorense.

"Para nós, o crescimento económico a longo prazo ainda é claramente uma prioridade. A diversificação da economia é claramente uma grande questão", afirmou o diplomata, lembrando que Timor-Leste é um dos países mais dependente de petróleo e gás do mundo e que isso "com o tempo" precisa de ser mudado.

Mark Fiedrich salientou que é preciso criar oportunidades de trabalho para jovens e mulheres, um "emprego lucrativo", para que possam "ganhar a vida de uma maneira que não dependa dos fundos do petróleo e do gás".

Para isso, a União Europeia tem apostado na formação profissional, nomeadamente no setor agrícola.

"Acho que muitas vezes as pessoas veem a agricultura, por exemplo, como algo que se faz se não houver outra opção e consideram-na como agricultura de subsistência e não, necessariamente, como algo com o qual se pode também ganhar dinheiro", afirmou.

"O que estamos a tentar fazer é garantir que a agricultura não seja apenas vista como um exercício profissional, mas também profissionalizá-la, garantindo que se torna mais produtiva, que as pessoas tenham aptidões para comercializar os seus produtos e depois, claro, garantir que as pessoas tenham o crédito necessário para investir e se tornarem mais produtivas", explicou o embaixador.

Outra prioridade é o fortalecimento das instituições em Timor-Leste, incluindo o setor da justiça, bem como a gestão das finanças públicas, através da digitalização para tornar os serviços mais eficientes e facilitar o acesso dos cidadãos aos serviços de Estado.

Leia Também: UE disponível para fazer mais em Timor-Leste no setor das infraestruturas

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