O Banco Central Europeu (BCE) anunciou, na quinta-feira, a descida das taxas de juro, depois de dois anos em que foram registadas subidas intensas.
Em causa está um corte de 25 pontos-base nas três taxas de juro, confirmando as previsões dos analistas.
A taxa fixa de operações principais de refinanciamento recuou para 4,25%, a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez desceu para 4,5% e a de facilidade permanente de depósito para 3,75%.
Ainda na quinta-feira, a DECOPROTeste publicou um artigo no qual analisou se este anúncio significaria uma prestação amis baixa do crédito à habitação. "Não há uma relação direta entre esta decisão do BCE e as prestações de crédito à habitação, que estão indexadas à Euribor (nos contratos com taxa variável)", começam por escrever os especialistas, que dão depois conta de que "as taxas Euribor já estavam a descer, em resposta ao maior controlo da inflação". Posto isto, a associação para a defesa do consumidor aponta que com esta decisão do BCE, "apenas se confirma uma tendência de descida, embora ainda tímida".
A DECOPROTeste fala também das prestações a crédito, que vão continuar a ser revistas de acordo com a regularidade dos contratos, ou seja: três, seis ou 12 meses, segundo a Euribor a que estão indexados. "Em junho, por exemplo, desceram as prestações de todos os contratos com taxa variável", afirmam os especialistas.
Quanto à Euribor, é provável que se mantenha um ritmo lento de descida, que se reflete em pequenos alívios na prestação da casa a cada revisão do contrato. Não são esperadas descidas com grande impacto.
Novas descidas ainda este ano?
O BCE não se comprometeu a dar 'luz verde' a mais descidas nas taxas de juro ainda em 2024, mas a DECOPROTeste refere que não é impossível que uma nova descida aconteça.
"Tudo dependerá da evolução da inflação e de eventuais agravamentos no contexto internacional", explicam os especialistas, apontando que, a existirem, as novas descidas deverão ser semelhantes às de ontem, na ordem dos 0,25 pontos percentuais.
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