Investimento estrangeiro em Angola caiu 5% em 2023

O investimento estrangeiro em Angola caiu 5% em 2023, baixando dos 71,7 mil milhões de dólares para 67,9 mil milhões de dólares em comparação com o período homólogo de 2022, segundo um relatório hoje divulgado.

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Lusa
15/06/2024 23:59 ‧ 15/06/2024 por Lusa

Economia

Angola

De acordo com o Relatório Económico Anual 2023, elaborado pelo Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola (CINVESTEC), a queda do investimento estrangeiro de 71,7 mil milhões de dólares (66,5 mil milhões de euros) para 67,9 mil milhões de dólares (64,8 mil milhões de euros) deveu-se a três fatores: reduções nas rubricas de investimento direto (menos 2 mil milhões de dólares), empréstimos (menos 2,4 mil milhões de dólares) e créditos comerciais (mais 0,9 mil milhões de dólares).

"Esta redução de 2,4 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros), por incapacidade de contratar nova dívida em condições favoráveis, foi o principal fator da falta de divisas", refere o texto, consultado pela Lusa.

Segundo a CINVESTEC, o investimento angolano neste período, excluindo as reservas do Banco Nacional de Angola (BNA), passou de 34,9 mil milhões de dólares (32,3 mil milhões de euros) para 32,3 mil milhões de dólares (29,9 mil milhões de euros), uma queda de 7,4%.

O relatório sinaliza que as exportações totais neste período decresceram 26% em acumulado, de 50,1 mil milhões de dólares para 37 mil milhões de dólares e as exportações petrolíferas também caíram 27%, baixando dos 47,5 mil milhões de dólares para 34,7 mil milhões de dólares.

Por outro lado, a pesquisa refere que Angola observa uma ação oscilante no combate à grande corrupção, um fenómeno cujos impactos do passado persistem no presente e com efeitos prejudiciais ao ambiente de negócios do país.

De acordo com o Relatório Económico Anual 2023 da CINVESTEC, no país tem sido observada uma "ação oscilante no combate à grande corrupção, com períodos de maior atividade seguidos por longos períodos em que a visibilidade da ação se atenua".

"É compreensível que a justiça atue dessa forma, mas é necessário combinar a atuação judicial e policial de modo a criar a perceção de que a corrupção não compensa, algo que ainda não aconteceu até agora", lê-se no relatório hoje tornado público e consultado pela Lusa.

A "preferência significativa" no uso de ajuste direto na contratação pública pode aumentar o risco de corrupção "devido à subjetividade causada pela influência humana", salienta o estudo, realçando que a perceção é de que "a pequena corrupção não diminuiu".

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