No fecho da sessão de segunda-feira, o valor total das empresas cotadas em Londres atingiu 3,178 biliões de dólares, contra 3,136 biliões de Paris, segundo dados da agência Bloomberg.
Na semana passada, o principal índice da Bolsa de Paris, o CAC 40, perdeu mais de 6%, anulando todos os ganhos deste ano, o pior desempenho semanal desde março de 2022, logo no início da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Paris era o principal centro financeiro da Europa desde o início de 2023, tendo assumido a liderança pela primeira vez em novembro de 2022, de acordo com dados da Bloomberg.
As eleições legislativas francesas de 30 de junho e 07 de julho poderão levar ao governo o partido de extrema-direita União Nacional (RN, na sigla em francês) ou os membros da aliança de esquerda Nouveau Front Populaire.
Mas os programas políticos dos dois campos assustam os investidores, que receiam, nomeadamente, o aumento do défice, entre a redução de impostos da extrema-direita e a revogação da reforma das pensões da esquerda.
Um porta-voz da Bolsa de Valores de Londres disse também à AFP que "desde o início de 2024 foram angariados mais capitais próprios em Londres (18,8 mil milhões de libras) do que nas quatro maiores bolsas europeias (Frankfurt, Paris, Milão e Estocolmo) em conjunto".
Danni Hewson, analista da AJ Bell, refere-se à "coroa reconquistada" por Londres.
"A decisão de Emmanuel Macron de mergulhar o seu país numa tempestade política abalou os investidores franceses, enquanto a estabilidade das sondagens que mostram os trabalhistas à frente nas eleições do Reino Unido significa que uma mudança de cor política deste lado do Canal da Mancha provavelmente já foi tida em conta nos níveis de mercado", detalha.
"Os investidores gostam do que é previsível mas não aborrecido e Londres (por seu lado) tem sido criticada por não conseguir atrair a sua quota-parte de empresas tecnológicas vibrantes", acrescenta.
Richard Hunter, analista da Interactive Investors, nota a "forte dependência das ações da LVMH", a maior capitalização bolsista de Paris, mas cuja cotação caiu 18% nos últimos 12 meses.
"Ao mesmo tempo, após um período considerável de investimento no limbo, há sinais crescentes de que o Reino Unido está a recuperar a favor dos investidores estrangeiros", com "o índice FTSE 100 a atingir máximos históricos no mês passado".
O FTSE 100 registou uma subida de 6% desde o início do ano.
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