"No final do primeiro trimestre de 2024, a rendibilidade das empresas - medida pelo rácio entre os resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBITDA) e o total do ativo - foi de 8,8% (9,0% no quarto trimestre de 2023 e 9,3% no período homólogo)", referem as estatísticas das empresas da central de balanços, hoje divulgadas pelo BdP.
Este é o terceiro trimestre consecutivo em que se verifica uma redução da rendibilidade do ativo.
A análise setorial assinala que a rendibilidade do ativo desceu em todos os setores de atividade, exceto nos da eletricidade, gás e água e construção, que tiveram subidas homólogas de 4,2 e 0,2 pontos percentuais (p.p.), para 12,9% e 6,8%.
Os setores das sedes sociais (6,7%), comércio (8,0%) e transportes e armazenagem (12,1%) foram os que registaram maiores perdas na rendibilidade do ativo, baixando, respetivamente, 3,3 p.p., 1,7 p.p. e 1,5 p.p.
Os setores das indústrias (-0,8 p.p., para 10,4%) e de outros serviços (-0,7 p.p., para 7,9%) tiveram quebras homólogas menores.
Entre as empresas privadas, a rendibilidade foi positiva, tendo aumentado 1,8 p.p. em termos homólogos, para 7,4%, apesar da quebra de 0,2 pontos face ao trimestre anterior.
Já no capítulo da autonomia financeira, medida pelo peso do capital próprio no total do ativo, esta aumentou 2,1 p.p., para 44,5%, atingindo um máximo desde o início da série, em 2006 e prolongando a série de subidas que se iniciou no terceiro trimestre de 2020.
Dentro do setor privado, face ao trimestre homólogo, a autonomia financeira subiu em todos os setores -- com exceção das sedes sociais (-1,6 p.p., para 61,1%) --, para um valor global de 44,8%.
Em relação ao ano anterior, destacaram-se as subidas na eletricidade e água (6,5 p.p., para 44,7%) e nas indústrias (3,6 p.p., para 47,9%).
A autonomia financeira das pequenas e médias empresas subiu 1,7 p.p., para 45% e nas grandes empresas 3,5 p.p., para 39,5%.
O peso dos financiamentos obtidos no total do ativo recuou de 28,4% para 27,1% em termos homólogos durante o primeiro trimestre de 2024, enquanto os custos dos financiamentos obtidos aumentaram de 3,2% para 4,2% em termos homólogos.
A cobertura dos gastos de financiamento das empresas, uma "medida de pressão financeira que quantifica o número de vezes que o EBITDA gerado pelas empresas é superior aos seus gastos de financiamento" caiu de 9,9 vezes para 7,6 vezes.
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