"Já iniciámos um novo ciclo da política monetária. A redução das taxas de juros é já uma realidade, subsistindo incerteza apenas quanto ao ritmo", afirmou Miguel Maya no seu discurso de abertura da conferência Millennium Talks, que hoje decorre em Lisboa.
O Banco Central Europeu (BCE) desceu em 06 de junho as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.
Perante esta descida das taxas diretoras, o CEO do banco considerou que "há fundamentos" para haver confiança "numa evolução favorável do contexto macroeconómico", remetendo para o sentimento do governador do Banco de Portugal (BdP).
"O governador do Banco de Portugal [Mário Centeno] já sinalizou que está confiante quanto à evolução das condições para que a política monetária de redução das taxas de juros continue", apontou Miguel Maya.
Ainda assim, apontou que há "múltiplos fatores que podem fazer divergir a narrativa da realidade", destacando a "evolução dos conflitos na Palestina e na Ucrânia, ou a eventual inflexão da política dos Estados Unidos de modo a condicionar o comércio mundial".
Miguel Maya pediu reformas para assegurar a competitividade das empresas.
"Temos de exigir de nós e dos nossos governantes uma visão de futuro", defendeu, acrescentando que "a grande maioria dos portugueses sabe que só com prosperidade económica é possível perspetivar com seriedade a melhoria das condições de vida das pessoas".
"O país tem de ser competitivo a nível de fatores determinantes para a atração e fixação do talento e do investimento em Portugal", disse, destacando a necessidade da competitividade fiscal, da previsibilidade e da celeridade da justiça e a agilização do licenciamento dos investimentos.
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