Prevenir calor excessivo no trabalho permite poupança de 332 mil milhões

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que o número de trabalhadores expostos a calor extremo está a aumentar, estimando que medidas de prevenção podiam trazer uma poupança global de 332 mil milhões de euros.

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© ETIENNE LAURENT/AFP via Getty Images

Lusa
25/07/2024 18:37 ‧ 25/07/2024 por Lusa

Economia

OIT

De acordo com o relatório sobre impacto global do stress térmico nos trabalhadores e suas implicações económicas divulgado hoje, a região da Europa e Ásia Central foi a que teve o maior aumento na exposição dos trabalhadores ao calor excessivo, que cresceu 17,3% entre 2000 a 2020.

 

A tendência é global e esta maior exposição dos trabalhadores a condições adversas traz custos para a economia, que se afiguram maiores nos países com menores rendimentos.

Segundo os cálculos da OIT, a implementação de medidas para prevenir acidentes no trabalho relacionados com o calor excessivo "poderiam poupar mais de 361 mil milhões de dólares (332 mil milhões de euros) a nível mundial".

"Nas economias de baixo e médio rendimento, que são frequentemente as mais afetadas pelo calor excessivo, isto equivale a cerca de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional", destaca a organização.

Na Europa e Ásia Central, este também tem sido um problema cada vez maior, sendo que com a maior exposição também surgem mais danos: o número de acidentes no trabalho relacionados com o calor aumentou 16,4% de 2000 para 2020.

A OIT destaca na Europa os problemas sofridos pelos trabalhadores das vinhas, apontando que foram "relatadas várias mortes de trabalhadores nas vindimas durante o calor intenso, muitas das quais envolvendo trabalhadores com cerca de 20 anos".

Muitos trabalhadores sazonais "deslocam-se para regiões produtoras de vinho para colher uvas sem tempo suficiente para se aclimatarem às condições ambientais e aos requisitos do trabalho", salienta a OIT, além de serem "frequentemente encarregados das tarefas físicas mais pesadas, como levantar e transportar".

No continente europeu, existem já alguns países que avançaram com legislação nacional relacionada com as condições de trabalho no calor, como por exemplo Bélgica, Chipre, Grécia e Espanha.

Em Espanha, "se a Agência Meteorológica emitir avisos meteorológicos, os empregadores são obrigados alterar as condições de trabalho, incluindo potencialmente mudanças no horário de trabalho, para garantir a segurança do trabalhador", indica a OIT.

Leia Também: "Terra mais perigosa". Guterres pede ação climática contra calor extremo

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