De acordo com o relatório sobre impacto global do stress térmico nos trabalhadores e suas implicações económicas divulgado hoje, a região da Europa e Ásia Central foi a que teve o maior aumento na exposição dos trabalhadores ao calor excessivo, que cresceu 17,3% entre 2000 a 2020.
A tendência é global e esta maior exposição dos trabalhadores a condições adversas traz custos para a economia, que se afiguram maiores nos países com menores rendimentos.
Segundo os cálculos da OIT, a implementação de medidas para prevenir acidentes no trabalho relacionados com o calor excessivo "poderiam poupar mais de 361 mil milhões de dólares (332 mil milhões de euros) a nível mundial".
"Nas economias de baixo e médio rendimento, que são frequentemente as mais afetadas pelo calor excessivo, isto equivale a cerca de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional", destaca a organização.
Na Europa e Ásia Central, este também tem sido um problema cada vez maior, sendo que com a maior exposição também surgem mais danos: o número de acidentes no trabalho relacionados com o calor aumentou 16,4% de 2000 para 2020.
A OIT destaca na Europa os problemas sofridos pelos trabalhadores das vinhas, apontando que foram "relatadas várias mortes de trabalhadores nas vindimas durante o calor intenso, muitas das quais envolvendo trabalhadores com cerca de 20 anos".
Muitos trabalhadores sazonais "deslocam-se para regiões produtoras de vinho para colher uvas sem tempo suficiente para se aclimatarem às condições ambientais e aos requisitos do trabalho", salienta a OIT, além de serem "frequentemente encarregados das tarefas físicas mais pesadas, como levantar e transportar".
No continente europeu, existem já alguns países que avançaram com legislação nacional relacionada com as condições de trabalho no calor, como por exemplo Bélgica, Chipre, Grécia e Espanha.
Em Espanha, "se a Agência Meteorológica emitir avisos meteorológicos, os empregadores são obrigados alterar as condições de trabalho, incluindo potencialmente mudanças no horário de trabalho, para garantir a segurança do trabalhador", indica a OIT.
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