"O endurecimento da política monetária de crédito estava praticamente predefinido: o Banco Central deu a entender em várias ocasiões que aumentaria a taxa em julho para conter a inflação", afirmou o regulador russo em comunicado.
O BCR indicou que "a inflação acelerou e excede consideravelmente as previsões de abril", enquanto "o aumento da procura interna continua a exceder significativamente as capacidades de expansão da oferta de bens e serviços".
"As previsões do Banco Central foram revistas consideravelmente, a inflação para 2024 subiu para 6,5%-7%. Tendo em conta a política monetária de crédito, a inflação anual cairá para 4%-4,5% em 2025 e rondará os 4% posteriormente", afirmou o banco.
A autoridade reguladora russa, que até hoje manteve a taxa de juro em 16% durante vários meses, explicou que, para que a inflação volte a atingir os objetivos fixados pelo Governo, "é necessário que a política monetária de crédito seja significativamente mais restritiva do que o previsto anteriormente".
De acordo com o BCR, as expectativas inflacionistas da população e dos participantes nos mercados financeiros continuaram a aumentar nos últimos meses, enquanto as expectativas de preços das empresas se mantiveram praticamente inalteradas, mas elevadas.
A inflação é um fenómeno que se agrava com a escassez de recursos humanos, que abranda a expansão da oferta de bens e serviços, sobreaquecendo assim a economia russa e aumentando a pressão inflacionista.
"As expectativas inflacionistas elevadas aumentam a inércia de uma inflação estável", sublinhou o banco.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reconheceu hoje que "várias opiniões sobre o sobreaquecimento da economia estão a ser estudadas no bloco económico, estão a ser realizadas discussões e estão a ser tomadas as medidas necessárias".
O regulador russo prevê realizar a sua próxima reunião em 13 de setembro para analisar se mantém ou aumenta a taxa de juro.
[Notícia atualizada às 13h29]
Leia Também: Rússia detém outro alto responsável do Ministério da Defesa