"É um gigantesco desafio e uma extraordinária oportunidade. Ao cumprir este desígnio, estaremos não só a implementar um mandato do Governo na implementação dos projetos de petróleo e gás, mas estaremos sobretudo a contribuir para o desenvolvimento de Moçambique", afirmou, na cerimónia de arranque das operações marítimas da CFM Logistics, o presidente do conselho de administração do CFM, Agostinho Langa Júnior.
Moçambique tem as terceiras maiores reservas de gás natural em África, estimadas em 180 milhões de pés cúbicos e conta atualmente com três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.
A CFM Logistics vai prestar apoio às petrolíferas em fase de pesquisa e produção de petróleo e gás, 'onshore' e 'offshore' e o lançamento das suas operações arrancou hoje no porto de Nacala, província de Nampula, norte do país, envolvendo a adquisição de dois rebocadores e dois barcos-piloto.
"Vai envolver-se em toda a cadeia de produção, logística e venda de recursos energéticos, tendo em conta as descobertas de importantes reservas de gás natural na bacia do Rovuma, que se juntam ao potencial em produção na zona sul, na região de Pande/Temane", explicou Agostinho Langa Júnior.
Para o administrador, a empresa pública encontrou na CFM Logistics "a resposta à orientação do Governo para a participação e envolvimento na indústria de petróleo e gás" enquanto "ator relevante": "Fazendo o aproveitamento do que melhor sabemos fazer, que é a logística e manuseamento portuário. Fizemo-lo depois de uma avaliação e interação e diálogo com parceiros e clientes e outros atores do setor".
Com quase 130 anos de atividade, o CFM, segundo Langa Júnior, vê na atividade desta subsidiária uma "excelente oportunidade de expandir e diversificar" o escopo da sua atividade, "renovar os serviços e construir novas infraestruturas ou reabilitar e ampliar as já existentes para atender às necessidades e à demanda de logística" na indústria do petróleo e gás.
"A CFM Logistics é, no nosso entender, a resposta à altura dos desafios que são continuamente apresentados pelas concessionárias, contratadas, subcontratadas e demais parceiros", assumiu ainda, acrescentando que a empresa será o "garante da implementação da estratégia de promoção do conteúdo local" junto daquela indústria, em emprego e associação com privados nacionais.
O lançamento da empresa foi presidido pelo chefe de Estado, Filipe Nyusi, que destacou a prioridade que deve ser dada à inclusão do conteúdo local na indústria do petróleo e gás do país: "Este momento marca o sentido de missão. As empresas nacionais respondem às exigências das operadoras petrolíferas, com critérios de seleção bastante existentes, e não só, num universo de seleção que inclui empresas que operam noutras geografias".
"Estas atividades revestem-se de muita importância porque representam um sinal inequívoco da participação dos moçambicanos na cadeia de valor do setor do petróleo e gás e a consequente retenção de valor no país, o mesmo podendo acontecer no âmbito do conteúdo local", acrescentou Nysusi, na sua intervenção, no porto de Nacala.
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