"Hoje em dia, a exigência que é também feita até a administradores não executivos e aos Conselhos de Administração, no sentido de acompanhar o que se passa no banco, é completamente diferente", afirmou o presidente executivo (CEO) do Santander em Portugal, Pedro Castro e Almeida, em conferência de imprensa, em Lisboa, quando questionado sobre as lições que se retiraram da falência do Banco Espírito Santo (BES), uma década após o início da polémica.
O responsável considerou que, nos últimos anos, houve muitas alterações, desde logo em termos de supervisão, que está muito mais envolvida na gestão do dia-a-dia dos bancos e acompanha os riscos de forma muito mais rigorosa.
Também como consequência da falência do banco americano Lehman Brothers, que espoletou a crise financeira de 2008, percebeu-se que é necessário que as instituições bancárias estejam muito mais capitalizadas, apontou o responsável.
No entanto, para Pedro Castro e Almeida, a questão mais importante tem a ver com as regras de governança e as lideranças.
"Mais do que a supervisão, a primeira linha de defesa é muito as pessoas que estão à frente das instituições", sublinhou.
O BES desapareceu há dez anos, uma notícia que, no domingo 03 de agosto de 2014, caiu com estrondo apesar da sucessão de escândalos com o grupo e levou a fortes críticas ao Banco de Portugal por atuação tardia.
Segundo cálculos feitos pela Lusa, até agora, a resolução do BES já custou cerca de 8.000 milhões de euros aos cofres públicos, resultando sobretudo da capitalização inicial do Novo Banco (o banco de transição criado no mesmo dia da resolução do BES) e das recapitalizações posteriormente feitas pelo Fundo de Resolução (FdR), mas as contas ainda estão longe de estar fechadas.
Uma década passada, o principal processo-crime contra Ricardo Salgado, que esteve mais de 20 anos à frente do Banco Espírito Santo (GES) e do Grupo Espírito Santo (GES), em que é acusado de 65 crimes, deverá arrancar em 15 de outubro.
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