Os trabalhadores de terra da SATA associados do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) estão desde 24 de julho em greve ao trabalho suplementar (paralisação a decorrer até 31 de dezembro), contra o "tratamento discriminatório" da empresa, considerando o sindicato inaceitável que a revisão salarial não seja equitativamente distribuída por todos os trabalhadores.
Em comunicado, o SINTAC informou hoje que o conselho de administração da companhia aérea açoriana "manifestou finalmente disponibilidade para chegar a acordo".
"É preciso agora que o conselho de administração da SATA converta a disponibilidade em capacidade de resolver o problema", referiu.
Na nota, o SINTAC revelou que, "consciente das dificuldades financeiras em que se encontra o Grupo SATA", reuniu-se com os trabalhadores seus associados para discutir "uma contraproposta que possa ir ao encontro das pretensões de flexibilização pedidas pela empresa" e que "cumpra as necessidades impreteríveis de valorização digna das carreiras profissionais" dos associados.
"As recentes negociações com outros sindicatos introduziram um sentimento de injustiça tão grande nos trabalhadores que se torna difícil de conter, e de gerir. [...] Mesmo sob este sentimento de injustiça, que paira sobre os nossos associados, consideramos que há margem para negociar", adiantou a direção da estrutura sindical.
Segundo o SINTAC, a contraproposta foi entregue na quinta-feira e, caso seja aceite pela empresa, "reporá a paz social".
Ainda de acordo com o sindicado, o que se pretende é "um acordo que se aplique a todos os trabalhadores do Grupo SATA, que possa ser um instrumento de união, equilíbrio e motivação, independentemente da sua filiação sindical".
Em 30 de julho, o sindicato revelou que os trabalhadores de terra da SATA seus associados iriam realizar uma greve a tempo inteiro "entre fim de agosto e início de setembro", devido à "incapacidade negocial" da empresa.
Na altura, o vice-presidente do SINTAC, Filipe Rocha, disse à Lusa que não havia "evolução negocial do lado da empresa" de aviação açoriana.
A estrutura sindical alegava não subscrever, nem concordar com "a aplicação aos associados do SINTAC de um acordo feito com outro sindicato", por ser "injusto quando comparado com outros".
"Já temos desenhada uma greve, a tempo inteiro, entre o fim de agosto e o início de setembro. A greve já está decidida pelos trabalhadores, é o último recurso e não queríamos chegar a essa situação, mas não há evolução negocial do lado da empresa", justificou Filipe Rocha.
Sobre a greve ao trabalho extraordinário, o sindicalista indicou na altura que estava a provocar "alguns constrangimentos, atrasos e alguns cancelamentos ao final do dia".
O SINTAC tem alertado também para "as condições precárias" em que muitos trabalhadores exercem a atividade, com recurso sistemático ao trabalho suplementar, o que "esgota os recursos humanos física e psicologicamente" e provoca um "sentimento de injustiça".
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