"Há um caminho longo ainda a percorrer. Normalmente, entre 18 meses a dois anos teremos o pacote pronto para o Governo apresentar ao conselho de administração do MCC [Millennium Challenge Corporation] e negociar o compacto", avançou a coordenadora da Unidade Desenvolvimento Programa (UDP), Joana Brito, na cidade da Praia.
O Governo definiu duas áreas de trabalho, detalhou, sendo a primeira a conectividade interilhas, internacional e intermodal e a segunda a conectividade digital.
As áreas foram definidas na linha orientadora do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável -- PEDS II e agora está-se a recolher todos os estudos que foram feitos neste domínio, referiu a mesma fonte.
"Estamos a contactar todas as instituições e passamos à fase de análise dos constrangimentos. Depois disso, há um processo de elaboração dos projetos nas duas áreas", acrescentou.
Joana Brito apontou que o montante ainda não é conhecido e vai depender do trabalho que será feito até o projeto a apresentar estar concluído.
"Todo o setor privado será diretamente envolvido nesse processo, a sociedade civil. Esta modalidade de consulta será implementada ao longo do desenvolvimento do compacto e certamente teremos muitas oportunidades de ir dando o ponto de situação do desenvolvimento deste programa", referiu.
Por seu lado, o vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia sublinhou que o Governo decidiu alocar o terceiro compacto dos Estados Unidos da América "a uma prioridade": em concetividade terrestre, aérea, marítima, digital e humana.
"Se nós conseguirmos com o apoio do compacto, garantir o melhor nível de serviço, melhor oferta, governança com base na sustentabilidade e conseguirmos colocar a conectividade ao serviço da diversificação e da dinâmica de crescimento económico de Cabo Verde, estaremos a prestar com os Estados Unidos um grande serviço à nação cabo-verdiana", sustentou.
Em dezembro de 2023, o Millennium Challenge Corporation (MCC) anunciou que o terceiro compacto dos Estados Unidos da América a Cabo Verde, no âmbito do programa de ajuda pública ao desenvolvimento, será para integração económica regional.
Na mesma altura, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, disse que o novo pacote vai ser de cinco anos, e manifestou o compromisso do país com o desenvolvimento.
Em 2005, o MCC, através do Millennium Challenge Account (MCA), com sede na cidade da Praia, concedeu o primeiro pacote de ajuda a Cabo Verde, de 84,6 milhões de euros, que vigorou até 2010, destinando-se a infraestruturar o país.
Dois anos depois, forneceu um segundo compacto financeiro, no valor de 50,9 milhões de euros e que vigorou até 2017, para melhorar a gestão dos recursos hídricos e do saneamento, bem como dos serviços de gestão da propriedade.
O Millennium Challenge Corporation é uma agência governamental independente dos EUA que trabalha para reduzir a pobreza global através do crescimento económico.
Criado em 2004, fornece subsídios e assistência por tempo limitado a países que cumprem padrões rigorosos de boa governação, de combate à corrupção e de respeito pelos direitos democráticos.
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