Wall Street fecha em ordem dispersa a aguardar relatório sobre emprego

A bolsa nova-iorquina encerrou em ordem dispersa, influenciada por uma nova série de indicadores norte-americanos mistos antes da publicação de um relatório sobre o emprego muito aguardado.

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Lusa
05/09/2024 23:25 ‧ 05/09/2024 por Lusa

Economia

EUA

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average caiu 0,54%, enquanto o tecnológico Nasdaq ganhou 0,25% e o alargado S&P500 perdeu 0,30%.

 

"O mercado lutou para encontrar impulso antes do muito importante relatório sobre o emprego de amanhã [sexta-feira]", destacou Angelo Kourkafas, da Edward Jones.

Após uma breve incursão no 'verde', o Dow Jones e o S&P 500 estagnaram, após a publicação de vários dados macroeconómicos contrastantes.

Segundo a empresa ADP, o setor privado criou apenas 99 mil empregos em agosto, significativamente menos do que os 145 mil esperados pelos economistas.

Os Estados Unidos não criaram tão poucos cargos desde janeiro de 2021.

Mas este número foi posto em perspetiva pelo facto de o ADP "não ser um guia fiável" para determinar os dados esperados do relatório do Departamento do Trabalho, recordou Ian Shepherdson, tendo os dois divergido significativamente nos últimos meses.

Além disso, os investidores observaram que os novos pedidos de subsídio de desemprego caíram na semana passada em relação ao período anterior e foram inferiores às projeções dos economistas.

"Isto indica que estamos de facto a assistir a um abrandamento do mercado de trabalho, mas devido a uma desaceleração nas contratações e não a um aumento dos despedimentos", sublinhou Angelo Kourkafas, para quem os dados do dia "foram mistos".

Wall Street observou ainda que a atividade no setor dos serviços aumentou em agosto, mais do que o esperado.

Incapazes de tirar conclusões claras destes indicadores, os investidores mostraram-se cautelosos, "hesitantes em aumentar a sua exposição ao risco, dada a sensibilidade do mercado ao que aprenderemos amanhã", segundo Angelo Kourkafas.

Ilustração desta falta de compromisso, nenhuma ação da Dow Jones movimentou mais de 1% durante a sessão.

O Nasdaq conseguiu terminar em alta graças a uma mão cheia de ações, em particular da Tesla (+4,90%).

O fabricante de veículos elétricos anunciou o lançamento em 2025 na China e na Europa do seu 'software' de assistência ao condutor FSD (Full Self-Driving ou Condução Autónoma Total, em português), sujeito à 'luz verde' dos reguladores.

A negociação de hoje beneficiou as obrigações. O rendimento dos títulos do governo dos EUA a 10 anos situou-se em 3,72%, em comparação com 3,75% no fecho do dia anterior.

No mercado, a Nvidia (+0,94%) recuperou finalmente. A estrela da inteligência artificial generativa (IA) caiu mais de 16% numa semana desde a publicação dos seus resultados trimestrais.

A Verizon caiu (-0,41%) depois de revelar a aquisição da operadora de cabo Frontier Communications por 20 mil milhões de dólares. A operação permitirá a esta descendente da operadora histórica Bell ter quase 10 milhões de assinantes de fibra.

As ações da Frontier, no entanto, caíram 9,51%, uma reação à subida de 38% na quarta-feira, após a publicação das informações iniciais do Wall Street Journal sobre uma possível fusão.

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