Em junho, o BCE avançou para a primeira redução das taxas diretoras desde o ciclo de subidas iniciado em julho de 2022. Já na reunião de julho, os responsáveis pela política monetária decidiram fazer uma pausa e manter as taxas.
Agora, "tudo indica que o BCE reduzirá as taxas em 25 pontos base", como destaca o BPI Research numa nota de análise. "Tanto os dados de inflação de agosto como o indicador de salários negociados para o segundo trimestre mostraram um declínio em linha com o que o BCE poderá necessitar para reduzir novamente as taxas", lê-se.
A taxa de inflação anual na zona euro fixou-se em 2,2% em agosto, de acordo com a estimativa rápida do Eurostat, um abrandamento face à taxa de 2,6% registada em julho.
Ainda assim, apesar da descida de setembro parecer uma decisão "fácil", como apelidou o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, as decisões para as próximas reuniões já parecem mais incertas.
"É provável que o BCE se mantenha cauteloso, fazendo depender decisões futuras de novos dados económicos, isto apesar de as novas previsões macroeconómicas que serão publicadas nesta reunião deverem fornecer já um quadro para a discussão das próximas decisões de política monetária", destaca o BPI.
Como salienta também Ricardo Amaro, analista da Oxford Economics, à agência Lusa, "o grande interesse será se a presidente [do BCE, Christine] Lagarde, abre a porta a um possível corte em outubro ou se tenta direcionar as expectativas do mercados na direção de um corte por trimestre nos encontros em que são publicadas novas previsões económicas, o que significaria que o corte seguinte seria apenas em dezembro".
A nota de análise do Rabo Bank sublinha igualmente que "outro corte de 25 pontos base na taxa é quase certo, e o foco está direcionado para o ritmo de flexibilização após a reunião" de hoje.
Atualmente, a taxa de operações principais de refinanciamento é de 4,25%, a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez situa-se nos 4,50% e a taxa de facilidade permanente de depósito é 3,75%
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