Não está em cima da mesa fusão entre EDP e EDP Renováveis

O administrador da EDP Pedro Vasconcelos disse hoje que políticas protecionistas criam barreiras à transição energética e que não está prevista fusão entre EDP e EDP Renováveis, pois o grupo já se reorganizou para capturar vantagens da fusão dos negócios.

Notícia

© Zed Jameson/Bloomberg via Getty Images

Lusa
12/09/2024 13:49 ‧ 12/09/2024 por Lusa

Economia

administrador

Numa entrevista durante a conferência Energy 2024 (conduzida pelo subdiretor do jornal Eco, André Veríssimo), em Lisboa, o administrador da EDP foi questionado sobre se uma fusão entre EDP e EDP Renováveis está em cima da mesa, tendo recusado.

 

"Neste momento não", respondeu, explicando que houve reorganização interna e que atualmente o grupo "captura essa fusão de negócio".

Já sobre as preferências da EDP quanto às eleições presidenciais nos Estados Unidos, um mercado fundamental para o grupo, Pedro Vasconcelos adiantou que é conhecido que Donald Trump (candidato Republicano) é "contra esta lógica de transição energética" e que o setor precisa de estabilidade para atrair investimentos.

"É óbvio que alguém que suporte a transição energética, a descarbonização, está alinhado com os nossos valores", disse.

Pedro Vasconcelos afirmou ainda que movimentações em torno de maior protecionismo são sempre negativas para a transição energética e que pôr maiores barreiras a produtos da China é um problema se o objetivo é a reindustrialização da Europa.

"Somos claramente contra tarifas, claramente contra intervencionismo", vincou.

Afirmou ainda Pedro Vasconcelos que a EDP diverge de qualquer ideia que ponha a transição energética numa lógica mais protecionista a servir a reindustrialização económica, como parece indicar o 'relatório Draghi'.

Quanto aos preços da eletricidade em Portugal, Vasconcelos disse que eventuais subidas dependerão de fatores mais externos, como mercado europeu e 'commodities', mas considerou que o preço em Portugal está abaixo da média europeia e que isso deve ser aproveitado para atrair investimentos.

"Portugal tem uma janela de oportunidade única de reindustrialização, Portugal e Espanha, conseguem ter uma vantagem competitiva [no preço] e sinto que essa ficha não caiu ao nível dos nossos políticos", afirmou.

Segundo Vasconcelos, é a vantagem preço que levou a Amazon a decidir fazer um grande investimento em Aragão (Espanha).

"Podemos tornar a Península Ibérica um círculo virtuoso de reindustrialização. É absolutamente fundamental atrair novo investimento para consumo", afirmou.

Já noutro painel na mesma conferência, o administrador da Bondalti Luís Delgado afirmou que à indústria não interessa o preço da eletricidade no mercado mas o que paga na fatura, defendendo que a indústria precisa de ter previsibilidade sobre a evolução do custo da fatura para fazer mais investimentos.

"Não nos interessa o preço do mercado mas o que pagamos na fatura e aí a indústria precisa de um caminho previsível sobre o que vamos pagar na energia. Este é um tema muito crítico para nós, eletrointensivos", afirmou o responsável do grupo português que opera no setor da indústria química.

Leia Também: Bolsa de Lisboa fecha em alta com EDP Renováveis a ganhar 3,18%

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas