"Para que as empresas possam enfrentar e financiar as suas tarefas futuras, precisamos de bancos fortes e sólidos. No caso de possíveis fusões, é importante que o resultado seja uma instituição competitiva que cumpra esta tarefa da melhor forma possível", afirmou Nagel num evento organizado pelo Commerzbank em Frankfurt.
O presidente do banco central alemão proferiu estas palavras após a entrada do UniCredit no Commerzbank, com a compra de 9% do capital, e a defesa pela entidade italiana de que uma eventual fusão criaria valor acrescentado e um concorrente mais forte.
Na sua opinião, os investimentos na Alemanha não são atualmente tão elevados como seria desejável e a indústria debate-se com um ambiente concorrencial difícil, o que levou a economia do país a recuar 0,1% no segundo trimestre.
Neste contexto, apelou à redução dos encargos burocráticos para acelerar os processos administrativos, à introdução de melhorias, especialmente nas infraestruturas digitais e na educação, e à implementação de medidas para aumentar a oferta de mão-de-obra.
No que diz respeito à inflação, Nagel afirmou que "foram dados passos gigantescos no sentido da estabilidade dos preços", mas a trajetória "permanece incerta e terá algumas curvas", num contexto em que a lenta diminuição da pressão salarial torna o processo "difícil".
Por esta razão, considerou que as taxas de juro "não vão descer tão rápida e acentuadamente como subiram", mas que a política monetária terá de permanecer "suficientemente restritiva durante o tempo suficiente" para que a taxa de inflação atinja o seu objetivo.
"Para mim, é importante que a inflação se estabilize o mais rapidamente possível no valor-alvo de 2%. Para o conseguir, não nos vamos comprometer antecipadamente nas nossas decisões futuras. Pelo contrário, continuaremos a analisar os novos dados com um espírito aberto. A nossa política de taxas de juro não funciona em piloto automático", afirmou.
Por último, defendeu um balanço mais pequeno do Eurosistema e a aplicação das novas regras orçamentais da União Europeia (UE).
Leia Também: "Não podemos cortar os juros demasiado rápido"