Banco central corta juro de Moçambique para 13,50%

O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu hoje voltar a descer a taxa de juro de política monetária, designada por MIMO, de 14,25%, em vigor desde julho, para 13,50%, anunciou a instituição.

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Lusa
30/09/2024 17:10 ‧ 30/09/2024 por Lusa

Economia

Moçambique

"Esta decisão é sustentada pela contínua consolidação das perspetivas de manutenção das perspetivas de inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projeções da inflação mantém-se favorável", justificou, em comunicado, o Banco de Moçambique, após a reunião do Comité, que se realiza a cada dois meses.

 

A taxa de juro diretora estava fixada em 17,25% desde setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de janeiro, quando reduziu para 16,50%. Em 27 de março cortou para 15,75%, em 27 de maio para 15,00% e em 31 de julho para 14,25%.

A próxima reunião do Comité está agendada para 27 de novembro.

No mesmo comunicado, o banco central explica que "as perspetivas da inflação mantêm-se em um digito, no médio prazo", o que reflete, "essencialmente, a estabilidade do metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO".

Para o médio prazo, o banco central perspetiva "um crescimento económico moderado", apesar "da prevalência de incertezas quanto aos impactos dos choques climáticos na produção agrícola e nas infraestruturas diversas".

O governador do banco central, Rogério Lucas Zandamela, já tinha admitido ajustar a política monetária adotada no último ano, face à contenção no aumento dos preços, segundo carta dirigida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Com a inflação agora de volta ao centro do intervalo da meta, o Banco de Moçambique vai monitorizar cuidadosamente a necessidade de ajustar a política monetária para continuar a cumprir o seu mandato de estabilidade de preços", lê-se na carta, divulgada anteriormente pela Lusa.

Na carta, com data de 19 de dezembro de 2023 e que integrava a terceira avaliação e aprovação do programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF, na sigla em inglês) a Moçambique, concluída naquele mês pelo FMI, o governador do banco central recordava que em março de 2022, quando a inflação "ainda estava abaixo das metas", a instituição reagiu a um "aumento esperado" dos preços e face ao "impulso económico após o levantamento das restrições relacionadas com a covid-19".

Essa reação implicou o aumento da taxa diretora (MIMO) em 200 pontos de base, de 13,25% para 15,25%, seguindo-se em setembro de 2022 novo aumento na mesma proporção, que vigorou até janeiro.

"Ao fazê-lo, a política do Banco de Moçambique visava prevenir proativamente os riscos" com as expetativas de inflação no curto prazo, "evitando ao mesmo tempo o comprometimento da recuperação da procura".

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