A RSF publicou um relatório no início de outubro, segundo o qual os meios de comunicação russos RT estão a utilizar a sua delegação de Belgrado para espalhar desinformação favorável ao regime russo nos Balcãs.
"A RT Balkans não importou propaganda russa para a Sérvia, mas adaptou o discurso do Kremlin a um público muito recetivo, permitindo-lhe espalhar-se mais facilmente por toda a região", sublinhou a RSF no seu relatório.
"Ao permitir que isto aconteça, o Governo sérvio está a deixar que o seu país se torne um megafone, um acelerador da propaganda do Kremlin na região", alertou, Pavol Szalai, chefe regional da ONG.
A RT referiu, por sua vez, que criou a RT Balkans "apenas para incomodar a Repórteres Sem Fronteiras", depois de ter criado a delegação na Sérvia poucos meses após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Desde o início da guerra, os países europeus impuseram sanções à Rússia e declararam os meios de comunicação pró-Moscovo 'persona non grata'.
Mas Belgrado, há anos candidato à UE, não impôs sanções e continua a permitir que a RT e Sputnik operem em total liberdade.
"Vamos pedir à UE que deixe bem claro que a luta contra a propaganda do Kremlin é um dos pré-requisitos para aderir à União Europeia", sustentou Szalai, à agência France-Presse (AFP).
Belgrado, historicamente próxima da Rússia e que depende de Moscovo para o seu fornecimento de gás, não reagiu oficialmente a estas acusações, mas de acordo com vários meios de comunicação locais, Aleksandar Vulin, vice-primeiro-ministro e amigo declarado do Presidente russo Vladimir Putin, chamou à Sérvia "uma ilha de liberdade".
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