O grupo empresarial descreveu a decisão de Pequim como "contrária aos progressos bilaterais alcançados no setor alimentar e das bebidas", exemplificados pela "assinatura do acordo entre a UE e a China sobre cooperação e proteção no domínio das indicações geográficas", em 2020, referiu.
A cooperação neste domínio, que abrange o vinho do Porto, é "um dos poucos pontos positivos" das relações entre a UE e o país asiático "nos últimos anos", acrescentou o grupo empresarial.
O Ministério do Comércio da China anunciou, na terça-feira, medidas que obrigam os importadores de bebidas alcoólicas a entregar depósitos de segurança às alfândegas chinesas a partir de 11 de outubro.
No final de agosto, a China afirmou que não ia impor medidas 'antidumping' provisórias sobre o brandy importado, o que afetaria principalmente a França, apesar de ter concluído que os produtores europeus vendiam o licor no mercado chinês "com margens de 'dumping' de entre 30,6% a 39%".
'Dumping' significa a venda abaixo do custo de produção, possível através de atribuição de subsídios aos produtores.
O inquérito, iniciado em janeiro deste ano, determinou então que estas práticas de 'dumping' representam uma ameaça significativa para a indústria local.
Em 18 de julho, a pasta analisou os efeitos industriais e de interesse público relacionados com a importação de brandy europeu, refletindo a abordagem seletiva de Pequim em resposta às taxas europeias sobre veículos elétricos fabricados na China.
A China lançou outras investigações 'antidumping' sobre produtos como os laticínios e a carne de porco da UE, no que é visto como resposta aos atritos comerciais com o bloco.
Por seu lado, e após nove meses de investigação, Bruxelas sugeriu um aumento das taxas devido ao apoio estatal chinês às empresas que fabricam automóveis elétricos.
Dependendo do nível de subsídios públicos que as diferentes marcas receberam de Pequim, a Comissão Europeia (CE) recomendou um imposto de 7,4% para a BYD, 20% para a Geely e 38,1% para a SAIC. As marcas ocidentais que produzem na China (Telsa, Dacio ou BMW) seriam igualmente tributadas a 21%.
A França considerou "proporcional e calibrada" a proposta da CE de aumentar os direitos aduaneiros sobre os veículos elétricos chineses, uma posição diferente da da Alemanha.
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