OE2025. Revisão da lei TVDE avança no próximo ano

A revisão da lei que rege a atividade do transporte em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica (TVDE) vai avançar em 2025, após sucessivos adiamentos, segundo a proposta do Orçamento do Estado (OE), hoje entregue no parlamento.

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© Álvaro Isidoro/Global Imagens

Lusa
10/10/2024 18:01 ‧ 10/10/2024 por Lusa

Economia

OE2025

De acordo com a proposta orçamental, o Governo social-democrata vai avançar com a revisão do novo regime jurídico do TVDE, depois de ter sido sucessivamente adiada desde 2022, pelo governo então liderado por António Costa (PS).

 

Só a lei que rege a atividade dos táxis foi aprovada em decreto-lei, pelo Conselho de Ministros, em setembro de 2023, ficando por ser revista a legislação dos TVDE.

A legislação relativa aos TVDE previa que fosse avaliada três anos após a sua entrada em vigor, em 01 de novembro de 2018 (Lei 45/2018), através da apresentação de um relatório.

A avaliação da implementação dos serviços regulados competiu ao IMT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes), em articulação com a AMT (Autoridade da Mobilidade e dos Transportes).

O IMT elaborou o relatório, que apesar de datado de dezembro de 2021 apenas foi tornado público já no final de 2022, tendo a AMT emitido parecer sobre o mesmo. Apesar de ambas as entidades terem apresentado propostas de alteração à lei, ainda nada avançou.

Em fevereiro de 2023, o então ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, disse na Assembleia da República que o processo de revisão daquela que ficou conhecida como 'Lei Uber' seria feito depois de terminadas as alterações à Agenda do Trabalho Digno e de conhecidas as medidas da União Europeia para o setor.

Atualmente, seis anos após a entrada em vigor da lei, publicada em Diário da República em agosto de 2018, são duas as plataformas a trabalhar no país: Uber e Bolt.

Motoristas e parceiros das plataformas digitais exigem, desde há dois anos, a revisão da lei, apelando a mais fiscalização, a uma extensão do prazo das matrículas de sete para 10 anos, a uma taxa fixa nos serviços e à criação de um selo holográfico.

A obrigatoriedade dos exames de admissão de novos motoristas serem efetuados no IMT, bem como a renovação de cartão de motorista já existente, são outras das exigências apresentadas.

Em 23 de setembro, data do último protesto de parceiros e motoristas TVDE, a Associação Movimento Nacional (AMN) recebeu a garantia do PSD de que até novembro haveria uma proposta de alteração à lei do setor e que sairá um despacho relativo aos exames dos motoristas e ao selo holográfico.

A Federação de Sindicatos dos Transportes e das Comunicações (FECTRANS) tem também exigido uma intervenção "mais intensiva" das entidades fiscalizadoras ao setor das plataformas eletrónicas de TVDE, lembrando que os motoristas estão atualmente desprotegidos, não existindo horários de trabalho, com os motoristas a "disponibilizarem muitas horas de serviço para ter um rendimento digno".

Leia Também: Acordo com polícias terá impacto orçamental de 168,7 milhões de euros

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