Silvio Costa Filho, defendeu, em entrevista à Lusa, em Lisboa, que "este acordo é muito importante para as duas companhias", mas não pode haver "uma ingerência" dos governos nas questões entre ambas.
Uma posição que está clara com o Governo português e falada no encontro que teve esta quinta-feira com o seu homólogo, o ministro português das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, no âmbito da visita oficial de dois dias, durante a qual vai hoje reunir-se com a administração da TAP.
Na reunião dos dois ministros, Silvio Costa Filho disse que trataram "do assunto da Azul de forma institucional" e é claro que ambos os governos querem "um entendimento no final desse diálogo entre a TAP e a Azul".
Mas "ficou acertado" que será respeitada a questão legal.
"Vamos aguardar que esse processo corra o ciclo natural, e, se for possível, fazer um acordo entre a TAP e a Azul", mas sem "nenhuma ingerência por parte dos governos brasileiros ou português" nas companhias aéreas, sublinhou.
O executivo brasileiro "tem dialogado com a TAP", adiantou o ministro, que hoje terá uma reunião em Lisboa com a administração da companhia aérea, para "entender melhor a situação" da dívida.
Não se pode "obrigar a que seja pago" mas pode-se fazer "um diálogo de sensibilização, para que possa ser feito um acordo entre as duas companhias", afirmou.
Nesse sentido, garantiu também que o governo brasileiro "está disponível para ajudar em qualquer termo de cooperação".
No encontro com Miguel Pinto Luz, o ministro brasileiro admitiu que "colocou algumas preocupações em relação à possibilidade desse acordo" e o ministro das Infraestruturas português disse "expressamente" que "vai respeitar o processo" legal.
Quanto a um possível prazo para ser alcançado o acordo é que o ministro preferiu não se pronunciar.
O que está em questão é um diferendo entre a TAP e a Azul sobre um empréstimo obrigacionista da companhia aérea brasileira à sua congénere portuguesa, que vence em 2026.
A Azul quer receber antecipadamente o valor dos 198 milhões de euros em causa, e a TAP não pretende avançar.
Hoje, último dia da sua estadia em Portugal, o ministro do Brasil, além do encontro com a TAP visitará o porto de Lisboa.
Na última quinta-feira, o ministro brasileiro reuniu-se com as administrações da Indra e da Galp, empresa com grandes investimentos na produção de petróleo e gás natural no Brasil.
Da Galp disse na entrevista à Lusa, que leva a manifestação de vontade da companhia energética de ampliar os seus investimentos no Brasil.
A Galp já tem hoje uma "importante posição na área da produção petrolífera" e já é "um grande parceiro comercial do Brasil", frisou o ministro, mas "quer ampliar os investimentos" no país.
Silvio Costa Filho disse que apresentou à Galp a carteira de leilões de concessões nos próximos três anos, com alguns na área dos granéis líquidos em que a empresa pode estar interessada.
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