A Moody's manteve a nota da França em Aa2, mas reviu a perspetiva em baixo, de estável para negativa.
Esta decisão "reflete o risco crescente de o governo francês não estar disposto à aplicação de medidas que impeçam défices orçamentais maiores do que previsto", realçou a agência de notação financeira, no seu comunicado.
A decisão da Moody's foi conhecida em pleno debate na Assembleia Nacional sobre o esforço de 60 mil milhões de euros, pretendido pelo governo no seu projeto de rolamento para 2025, para reduzir o défice público para o equivalente a cinco por cento do produto interno bruto e procurar recuperar o controlo da dívida.
O ministro da Economia, das Finanças e da Indústria, Antoine Armand, indicou que "tomava nota" da decisão e afirmou que "a França possui forças económicas reais" e é "capaz de fazer reformas de amplitude", conforme a reação que transmitiu à AFP.
"Algumas [reformas] já produziram resultados em matéria de emprego ou de atração económica para o nosso país. É com a mesma energia que o governo vai agir para a recuperação das finanças públicas", garantiu o ministro.
Mas a Moody's deplorou uma deterioração orçamental que "ultrapassa as expectativas e contrasta com os governos de países com notação similar".
A agência de notação destacou, por outro lado, riscos "acrescidos de um ambiente político e institucional que não é propício a uma coligação em torno de medidas políticas suscetíveis de melhorar duradouramente o saldo orçamental".
A nota Aa2 é o equivalente a 18 em uma escala de 20 níveis de notação. E, no caso da França, está um nível acima das notas atribuídas por duas das outras agências de notação, Fitch e S&P [AA-].
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